Tozawa me conduziu pelos corredores do hospital, sua expressão impassível como sempre, mas havia uma leveza no passo que eu não imaginava que o Yeti fosse capaz de exibir. Todos o cumprimentava formalmente, seja funcionários ou pacientes. Ele parecia muito querido, e eu achava realmente muito estranho o rosto calmo dele. Normalmente ele estava com as sobrancelhas juntas em uma carranca.
Assim que nos aproximamos do quarto de Lucretia, pude ouvir risadas abafadas vindo de lá de dentro. Abri um sorriso ao notar que ela estava acordada e, pelo som das risadas, parecia estar de ótimo humor, o que me deu uma sensação de alívio no peito. Tozawa abriu a porta com cuidado, e assim que entramos, vi a Lucretia sentada na cama, com uma mão no peito de tanto rir enquanto conversava animadamente com Miura.
— Olha quem chegou! — anunciou Miura com um sorriso caloroso ao notar minha presença.
Lucretia levantou os olhos, e sua expressão de surpresa se transformou em uma alegria quase infantil.
— Rubie! — Ela abriu os braços, e, claro, fui direto para um abraço apertado, mas cuidadoso, sentindo aquela ternura que ela sempre carregava.
— Ah, querida, finalmente alguém sensato por aqui! Miura já me contou todos os escândalos médicos... Precisamos de algo novo, certo? — Ela me olhou com aquele brilho maroto nos olhos.
Ri, me acomodando na poltrona ao lado dela, deixando a bolsa no chão e ficando completamente à vontade.
— Oh, isso é para Onii-chan? — Miura perguntou focando na bolsa.
— Sim. Ele me pediu pra buscar umas roupas...
— Ele pediu? — Lucretia parecia bastante surpresa.
— Rubie estava no loft dele dia atrás. — Miura dedurou, abrindo um sorriso cúmplice.
— No loft? — Tozawa resolveu se intrometer na conversa. — Ele deixou você ir ao loft?
Eles se encaravam tão estranhamente que comecei a me senti um tanto desconfortável.
— Mas que filho desnaturado!
— Ganhei a aposta, Okaa-sama. — Miura fez um gesto de vitória com as mãos e Lucretia lançou um olhar meio irritado meio sorrindo para Miura, que riu, levando a mão à boca.
Por que tanto segredo quanto a esse loft?
— Bom, preciso ir — começou Tozawa, enquanto mexia em seu celular rapidamente. — Miura, não incomode sua mãe.
— Não vou! — ela se defendeu e Tozawa se inclinou pra dar um beijo na testa de Lucretia que sorriu fechando os olhos.
— Agradeço por vir, Rubie — ele sorriu contido e finalmente se foi. Fiquei boquiaberta.
— Eu realmente adoro ver sua expressão ao senhor de gelo. Sem dúvidas é a mais sincera. — Miura gargalhou e eu cocei a garganta, meio envergonhada.
— Miura, não seja má — repreendeu a mãe, mesmo que tivesse um sorriso no rosto. Miura deu uma risadinha.
No mesmo instante, Lucretia se curvou, pressionando os olhos como se sentisse dor. Eu e Miura nos erguemos até ela, preocupadas, e Miura estava a um passo de chamar alguém, quando Lucretia a impediu.
— Esta tudo bem, não foi nada.
— Okaa-sama! — Miura tinha uma expressão desesperada.
— Não se preocupe. Prometo que não é nada.
— Não importa, vou chamar Otou-sama...
— Miura... — Lucretia tinha uma expressão séria, mas ao ver o estado de alerta de Miura, ela suspirou e pediu para chamar apenas uma enfermeira. Miura assentiu e apertou um dos muitos botões próximo à cama em que Lucretia repousava e não demorou muito um grupo de cinco pessoas entraram no quarto.
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A Mentira Que Virou Amor
RomanceIMPORTANTE: História em construção, então sinopse, capa e o título são provisórios. Quando a história for finalizada, será publicada na íntegra na Amazon, ficando apenas alguns capítulos de degustação. Historia crua, primeira versão. Sinopse Provisó...