O barzinho que Nathan escolheu era um daqueles lugares tranquilos, com luzes baixas e mesas de madeira rústica. Nada de especial, mas era exatamente o que eu precisava. Ele pediu uma cerveja, e eu fui na clássica água com gás — sem julgamentos, por favor.
— Você parece triste, aconteceu alguma coisa?
Dei uma risada sem humor. Vim justamente ao barzinho pra sair da fossa, não continuar nela.
— Dia estressante. — Tomei um gole rápido da água e quase me engasguei.
— Nem fale. Estou completamente sobrecarregado.
— Imagino, com o casamento próximo...
— Antes fosse apenas isso... — Ele deu um longo gole na cerveja. — Alguns dos meus projetos parecem não ter fim, e toda hora aparece uma nova demanda — ele desabafou, descansando o cotovelo na mesa.
— Um brinde ao inferno. — Levantei a garrafa de água com gás na direção dele e ele riu, juntando seu copo ao meu.
Bebemos e comemos um pouco, falamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo, e a noite passou mais rápido do que eu imaginava. Havia tempo que não me divertia com Nathan. Não foi ruim, mas também não foi nada que valesse colocar nas memórias especiais. A conversa fluiu bem, mas em alguns momentos parecia que estávamos dois passos à atrás da nossa amizade confortável — ou desconfortável agora.
Mais tarde, em casa, fui recebida com um cheiro delicioso de pizza. Mabel estava em modo "irmã empática" e tentou me animar com conversas banais, aquelas que envolvem fofocas de celebridades ou memes de gatinhos. Comecei até a achar enjoativo, mas não dei tanta importância, adorava estar com ela e fazia tempo que não passávamos um momento juntas.
Sozinha e olhando para o teto, senti uma pontada de esperança estranha. Talvez, só talvez, agora eu conseguisse encará-lo sem me sentir uma idiota traída — mesmo que não tivesse real sentido pra isso.
***
Mabel entrou no meu quarto com dois copos de chocolate quente e um sorriso malicioso no rosto. Sinal de que vinha alguma ideia maluca por aí.
— Bee! Olha só o que eu consegui! — me mostrou a tela do celular quase saltitando ao sentar-se na minha cama. — Resgatei um cupom e ganhei um passeio com tudo pago para o Amaburi! Você acredita?
Olhei para ela, piscando devagar. Minha cabeça levou um segundo para processar o que ela estava dizendo. Amaburi. Vustania. Tudo pago. Não parecia nada confiável. Mas eu era a irmã com o histórico de ser um ímã de situações estranhas, não ela.
— Amaburi? Aquele parque de diversões super famoso? — arqueei uma sobrancelha, ainda tentando juntar as peças. — Bel, como você conseguiu isso?
Ela deu de ombros, mas o sorriso ainda estava lá.
— Ah, não sei direito... só recebi o cupom e resgatei.
— Como assim, não sabe? — minha desconfiança só aumentava.
— Parece que estavam fazendo uma promoção e... bom, eu fui uma das sortudas. Mas o detalhe é que é para casais! — Ela falou a última parte com aquele tom animado e conspiratório.
Franzi o cenho. Casais? Eu ainda estava tentando entender por que isso soava tão suspeito.
— Como você conseguiu um cupom desses, Mabel? E não me diz que foi clicando em algum link aleatório. — Eu a olhei de lado, já com o radar de "golpe" piscando na minha mente.
Ela mordeu o lábio inferior.
— Ah, foi um e-mail que você recebeu... — ela começou a brincar com a borda do copo de chocolate.
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A Mentira Que Virou Amor
RomanceIMPORTANTE: História em construção, então sinopse, capa e o título são provisórios. Quando a história for finalizada, será publicada na íntegra na Amazon, ficando apenas alguns capítulos de degustação. Historia crua, primeira versão. Sinopse Provisó...