Capítulo 6

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— Senhorita? — O motorista insistiu, enquanto esperávamos em um sinal vermelho.

O desespero começou a se instalar. Olhei novamente para aquele homem babando agora em meu ombro, tentando pensar em uma solução rápida, mas só havia uma resposta prática: levá-lo para minha casa. Suspirei fundo e, com o coração na boca, dei o único endereço que conhecia.

— Vamos para a rua Violet Black, número 42, por favor.

Meu coração batia acelerado conforme o táxi se movia pelas ruas iluminadas da cidade. Eu ia levar Yuuki, um completo estranho que estava fingindo ser meu namorado, para a minha casa. E com Mabel provavelmente se ocupando a noite toda, estaríamos sozinhos.

Não era exatamente o plano que eu tinha em mente para esta noite, mas pelo menos não estaríamos mais na festa. E, com sorte, amanhã Yuuki não se lembraria de nada.

Encostei a cabeça no assento, tentando ignorar o formigamento de dor no meu braço e as mil perguntas que começavam a surgir em minha mente. Esperava ao menos ter uma noite tranquila de sono, mesmo com um convidado inesperado.

Tive que pedir ajuda ao motorista para tirar Yuuki do carro enquanto tentava fazê-lo ficar de pé e movê-lo para o elevador. Claro que meu corpo estava protestando com dores que eu certamente teria que calar tomando uma dose extra de remédio, mas o alívio de estar próximo de casa era meu maior conforto.

Tentando fazer Yuuki me ajudar, dei tapinhas em seu rosto para que ele acordasse. Até abriu os olhos me fitando estranhamente, mas ele rapidamente me empurrou para um canto do elevador, me roubando um beijo.

Foi tão inesperado que pisquei enquanto ele tentava uma resposta minha, dando selinhos e mordiscando meu lábio inferior. Quando novamente enfiou sua língua em minha boca, não tive como não corresponder aquela pele macia me tomando com uma voracidade que me fez duvidar se estava realmente bêbado.

Quando o elevador parou no meu andar, interrompi o beijo e desajeitadamente o empurrei até a porta. Ele estava mais fogoso, me dando beijos no ombros e me abraçando, suas mãos deslizando pela minha barriga, minha coxa, subindo para os seios e pousando no meu pescoço, me arrepiando. Estranhamente suas carícias aliviaram meu formigamento, e quando finalmente abri a porta, ele me virou, buscando minha boca novamente.

Quando eu finalmente me deixei levar, aceitando seus beijos e toques caminhando até o sofá, ele gemeu em minha boca.

— Besty...

Isso foi o balde de água fria que precisava para acalmar o calor que subia pelo meu corpo. Interrompi o beijo, ele ainda segurava meu rosto suavemente com suas duas mãos poderosas e quando se inclinou para tomar meus lábios novamente, completamente entorpecido, eu virei o rosto.

Seus lábios roçaram minha bochecha e me arrepiei com o toque. Usei um pouco mais de força para levá-lo ao meu quarto, — enquanto ele ainda tentava suas carícias desajeitadas — e jogá-lo na cama, ele caiu sem lutar. Seus olhos cinza-escuro me encararam semi-cerrados, sua respiração estava ofegante, sua boca entreaberta. Suspirei fundo e comecei a tirar seu sapato, tirando suas roupas lentamente, o deixando de cueca. A visão era um espetáculo a parte, especialmente com a protuberância destacada pela sua cueca boxer preta. Como um cara que parecia tão magrelo poderia ter músculos tão definidos?

Ainda fiquei alguns minutos admirando seu belo peitoral, captando todas as partes de seu corpo, esperando um protesto dele que não veio. Ele apenas virou para o lado e simplesmente dormiu. Inacreditável!

Deixei o ar-condicionado em um nível tolerável e puxei o lençol para cobri-lo. Tomei um banho rápido e me deitei na cama de Mabel, tentando não pensar que tinha um homem semi-nu em minha casa e na minha cama, ou até mesmo pensar em quem seria a misteriosa Betsy.

A Mentira Que Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora