Capítulo 37

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Sai do banho e dei de cara com um mini banquete montado na sala. Sério, eu nem lembrava da última vez que tinha visto tanta comida na minha frente. Yuuki estava lá, completamente sexy vestindo apenas cueca preta e um avental rosa cheio de flores. Ele realmente sabia como transformar qualquer situação em algo completamente inesperado.

— Gostou do look? — ele perguntou, girando para me dar uma visão completa da obra de arte que ele se tornara. Demorei alguns segundos a mais admirando as costas e os ombros fortes.

— Estou com vontade de apertar essa bunda novamente — brinquei, rindo e ele se virou, empinando-a pra mim. — Mas que tarado!

Ele deu uma gargalhada.

— Deixa eu cuidar de você primeiro — ele disse, piscando, enquanto ajeitava a comida na mesinha da sala.

Olhei a comida, tudo parecia ótimo, cheiroso e... grande. Meu estômago não aguentaria tanta comida e os últimos acontecimentos não me davam tanto apetite. Mas ele, como o bom observador que era, já tinha notado meu incômodo.

— Bee, por favor, pelo menos come alguma coisa. Prometo que, se você comer direitinho, vai ganhar uma surpresa. — Aquela frase fez meu coração bater um pouco mais rápido.

Sorri de canto e forcei a comida dentro, mastigando devagar. Estava realmente uma delícia e senti uma ponta de culpa por não estar tão animada assim em comer. Yuuki sentou à minha frente, pegando uma poção para ele, não deixando seus olhos desviarem de mim. Finalizamos a refeição em silêncio, apesar de ter ainda muita coisa na mesa.

— Então, me fala... o que é essa tal surpresa? — perguntei, finalmente quebrando o silêncio.

Ele apenas sorriu, enigmático, retirando os pratos da nossa refeição. Eu o ajudei, e ele ajeitou as sobras de qualquer forma na geladeira, o que achei estranho, mas não disse nada. Então, ele tirou um pequeno prato de sobremesa dela. Era uma taça com camadas de biscoito esfarelado, uma mistura de frutas vermelhas e chantilly, tudo montado de forma delicada.

— Isso aqui? — perguntei, olhando para ele com uma sobrancelha levantada. Eu esperava outra coisa, uma coisa mais... impura, mas a sobremesa parecia boa demais para desdenhar.

— Esperava outra coisa? — Ele riu apertando minhas bochechas de leve e eu balancei a cabeça mordendo os lábios. Ele puxou meu queixo e me beijou, mordiscando minha boca. — Podemos resolver isso depois da sobremesa — disse sugestivo e involuntariamente estremeci. — Você vai adorar, prometo.

— A sobremesa ou outra coisa?

— Os dois — ele deu uma piscadela sedutora. — É pavê de frutas vermelhas. Simples, mas direto ao ponto, feito por mim — ele disse, cheio de autoconfiança.

O sabor era surpreendente. O doce da fruta com o toque suave do chantilly estava realmente perfeito. Infelizmente não muito doce, mas ainda uma delícia. E ele ainda fez o biscoito ficar com uma crocância gostosa. Abri um sorriso involuntário.

— Juro que não me conformo de você ser tão bom nisso — disse, levando outra colherada à boca. — Isso aqui está realmente bom.

— Por quê? — ele deu uma risadinha.

— Achei que médicos só comessem barrinhas de proteína e salada sem graça — brinquei, lambendo a colher.

— Eu é que gostaria de saber de onde você tira essas informações — ele riu, sem deixar de me observar, com um sorriso satisfeito enquanto eu pegava uma nova colherada generosa do pavê. — Deseja a outra coisa agora? — ele perguntou, inclinando-se sobre o balcão da cozinha, um brilho travesso no olhar.

A Mentira Que Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora