Mais uma vez dei um pulo da cama e meu corpo tremeu rapidamente sentindo o frio da manhã. Por que Yuuki deixa o loft tão gelado? Não importa em que espaço você esteja, sempre estará frio. E aquela cama era certamente meu inferno astral, pois novamente estava atrasada. Não poderia mais faltar, arriscado tomar uma advertência, o que poderia me levar a uma demissão e isso era a última coisa que queria.
A lembrança da noite passada ainda pairava em mim, e a ausência de Yuuki deixava o apartamento com um vazio estranho. Olhei o celular, esperando alguma notícia, mas nada. Então resolvi mandar uma mensagem pra ele.
"Bom dia, Dr. Cupcake! Como estão as coisas por aí? Me avisa quando estiver livre?"
Esperei, mas não houve resposta. O coração começou a acelerar. Ele deveria estar ocupado, eu sabia, mas mesmo assim...
Pedir um Uber e resolvi tomar um banho rápido, me preparando para partir. Não adiantava pensar muito de todo jeito. Emergências deve acontecer o tempo inteiro, ele é medico afinal.
Enquanto comia algo que surrupiei da geladeira de Yuuki, meu celular vibrou. A felicidade morreu quando vi que era uma mensagem do motorista. "Não me deixaram entrar."
Bufei, peguei minhas coisas e corri até a portaria, me segurando para não perder o fôlego e não despentear tanto o cabelo no caminho. O sol já brilhava, e o calor parecia aumentar o mau humor do segurança ao me ver.
— Está procurando algo? — ele perguntou, o tom ríspido e o olhar desconfiado varrendo minha roupa como se tivesse um problema com minha existência.
— Preciso do meu Uber. Ele não pode entrar — respondi sem paciência, olhando rapidamente para a tela do celular, vendo que o motorista já ameaçava ir embora.
— Não posso fazer nada. Seus patrões não te ensinaram sobre as regras? Precisa avisar antes — ele disse, dando meia-volta e voltando a olhar para o celular.
A raiva começou a ferver dentro de mim, mas antes que pudesse responder, recebi a notificação do cancelamento da corrida. Ótimo!
— Merda! — exclamei encarando o celular. — Então, você vai me deixar sair ou não? — falei mais rude que meu costume e o segurança estalou a língua irritado abrindo o portão. Agora eu estava do lado de fora em um local deserto e longe do centro pedindo outro carro esperando que não fosse cancelado.
Finalmente no trabalho, depois de receber um esporro de Tomas, fui para minha estação, onde decidi que precisava focar. Mas as imagens e as sensações da noite anterior me traiam e eu me vi sorrindo que nem uma idiota todas às vezes.
— Conheço esse tipo de olhar — disse Samantha, com um sorriso malicioso. — Você está muito concentrada no celular.
Senti meu rosto esquentar e tentei desviar a atenção.
— Nada disso, só estou verificando algumas coisas — respondi, tentando parecer despreocupada.
— Uhum... Eu queria mesmo uma fofoca por que ter que aturar Tomas está um saco!
— Nem me fale! Ele parece que esta cada dia pior. Aquele esporro foi ridículo.
— Ele só precisa de uma desculpa pra descontar as frustrações de ser um fracassado. Quem ainda mora com a mãe e usa moletom desbotado de marca falsa pra trabalhar não merece nosso respeito — Samantha acrescentou, tentando deixar o humor subir um pouco.
— Sam, não deveria falar assim... — Karina tentou soar séria, mas seu riso mal contido a traia.
— Recebi uma notificação só por "atender mal um cliente" — Samantha fez aspas com os dedos, zombando.
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A Mentira Que Virou Amor
RomanceIMPORTANTE: História em construção, então sinopse, capa e o título são provisórios. Quando a história for finalizada, será publicada na íntegra na Amazon, ficando apenas alguns capítulos de degustação. Historia crua, primeira versão. Sinopse Provisó...