Capítulo 41

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Sem conseguir acreditar, levantei o tronco num pulo, fazendo Violla se assustar e brigar por Glenn que estava dormindo. Mas ele nem se mexeu.

— Desculpa, desculpa! — murmurei, tentando acalmar minha respiração enquanto encarava o celular.

Mabel não havia tentado ligar de novo, e a tela estava em silêncio, me deixando ainda mais confusa. Resolvi retornar e ela atendeu. Finalmente ela me atendeu. Mas a linha ficou em silêncio.

— Mabel? — sussurrei, mas a linha ficou em silêncio. Respirei fundo, tentando afastar a frustração, e continuem baixinho: — Olha, eu sei que você não quer falar comigo... Sei que foi errado da minha parte, tá? Eu... — suspirei, procurando as palavras. — Sinto sua falta...

Por um momento, imaginei que ouviria algo, qualquer reação dela, mas então a linha foi abruptamente cortada, e só o toque do celular indicando a ligação encerrada preencheu o quarto.

— Argh! — sibilei, me segurando para não gritar e acordar Glenn.

Violla me olhou com aqueles olhos inquisitivos de criança.

— Você ainda tá brigada com a tia Mabel?

Olhei para ela, surpresa, e pisquei algumas vezes antes de responder:

— Como você sabe disso?

— Difícil não saber, tia. Mamãe é bem fácil quando está furiosa.

Eu me perguntei como isso era possível, e ela continuou:

— Ela ficou furiosa com a tia Mabel. Chamou ela de in... como era? — ela fez uma pausa, fechando os olhos. — Idiota. Chamou de idiota por brigar com você... por causa de meninos! — Violla bufou. — Meninos são um problema.

Tentei disfarçar o desconforto e rir um pouco. Era estranho saber que minha vida estava sendo discutida tão abertamente pela família, mas vindo de Laureta, não era exatamente uma surpresa.

— Vi... O Levy é homem, o Glenn também.

Ela revirou os olhos, soltando um suspiro exagerado.

— Mas eles não contam, né? Papai é papai, e Glenn é Glenn.

Eu ri tentando entender a lógica dela, enquanto ela me olhava como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo, dando uma risadinha zombeteira em seguida.

— Tia Rubie, você é tão burra! — ela soltou, balançando a cabeça.

Franzi o cenho, indignada.

— Ei! Não precisa me insultar!

Ela deu de ombros, ignorando minha reação enquanto se enfiava no travesseiro com um sorriso satisfeito. Fiquei olhando pro teto sem consegui dormir. Suspirei e senti Violla virar pra me encarar.

— Sem sono?

— Coisa rara né?

— Sim. A tia é a primeira a roncar.

— Ei! E você, não deveria estar dormindo?

— Não consigo com seus suspiros.

Rosnei irritada, e ela deu uma risadinha. Mas percebi que estava apenas se segurando pra dormir, pois deu um belo de um bocejo.

— Não precisa fica acordada. Pode dormir.

Ela se virou, ficando de barriga pra cima.

— Tia?

— Hum?

— Vamos ao PlayFamily novamente?

— Esta tentando me animar?

A Mentira Que Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora