Romance em Cena -Kylia

...Mente?

Autora

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo bem?

Apenas avisando que se vocês me matarem, não tem atualização da fic tá bom? Só isso mesmo.

Enfim, é isso, boa leitura!

Malia Simphiwe Baker

Duas garotinhas estavam à minha frente. Ambas tinham uma mistura tão perfeita de mim e Kylie que era quase impossível dizer quem era filha de quem.

Uma com os cabelos cacheados enquanto a outra tinha cabelos ondulados, os olhos expressivos, os sorrisos travessos — uma lembrança viva do que éramos quando crianças.

A menina de cabelos cacheados tinha o sorriso e o nariz de Kylie, mas sua postura introvertida e tímida lembrava a minha própria. Já a outra, com cabelos ondulados, carregava meu sorriso e meus olhos, mas sua natureza extrovertida e tagarela era uma cópia exata da personalidade de Kylie.

— A mistura perfeita, não é? — minha própria voz ecoa suave, quase como um sussurro carregado de nostalgia.

Eu sorrio, sentindo que ela está mais calma que o habitual.

— Está tomando chá de camomila, não é ansiedade? — pergunto, arqueando uma sobrancelha.

— Claro que estou. — Sua voz sai calma. — Já vimos coisas demais, sentimos demais. Mas, por algum motivo, elas... elas não param de aparecer. Mesmo nos nossos sonhos, ou até quando éramos crianças. — Ela faz uma pausa -Desse mesmo jeito... mesmo antes de conhecer Kylie...

— Já imaginávamos nossas filhas assim... — murmuro, completando seu pensamento.

Suspiro, e as duas meninas me observam com seus olhares atentos. Elas logo se viram para algo ao meu lado, algo mais baixo. Sigo seus olhares e vejo minha versão sombria — a minha ansiedade — sentada confortavelmente em uma poltrona. Ela segura sua xícara de chá, parecendo mais tranquila, mais serena do que nunca.

De repente, sinto duas mãozinhas segurando as minhas, pequenas e suaves, puxando-me gentilmente para longe da versão sombria de mim mesma. Eu hesito, quase me retraio.

Por mais paradoxal que fosse, sentia uma estranha sensação de segurança ao lado dela. Mas minha ansiedade apenas sorri, com um brilho sutil de entendimento nos olhos, e acena para mim, dizendo:

— Se permita sair da zona de conforto. Se não fizer isso, nunca terá essas meninas em seu colo, e nunca verá Kylie novamente.

As menininhas dão um passo à frente, uma delas com os olhos brilhando, cheios de vida.

— A mamãe Kylie está escrevendo lindas músicas para você. — uma delas diz, a voz suave e reconfortante parecendo tímida. — Se permita ouvi-la, mesmo aqui dentro, escute. A sua Rainha de Copas está cantando sua música enquanto pinta suas unhas.

— Quando acordar, tente não mexer as mãos. — A outra menina sorri travessamente, como se estivesse prestes a fazer alguma pegadinha. — Você sabe o quanto a mamãe Kylie odeia quando você borra o esmalte.

As duas riem, suas risadas cheias de inocência e alegria, e me guiam até uma porta. Aquela porta. A porta que eu sempre via, mas nunca tive coragem de abrir.

Olho para as meninas ao meu lado, seus rostinhos iluminados pela esperança. Elas soltam minhas mãos, e ao meu lado direito vejo Kylie. Ela está deslumbrante, vestida em um lindo vestido de noiva, radiante como o sol da manhã. Seus braços envolvem as meninas, protegendo-as, e ela olha para mim com amor nos olhos.