Cartas//2

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Autora

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo bem?

Aviso: Possíveis choros e alertas de gatilho. Esse capítulo pode conter também, assuntos sensíveis que não serão dados muitos detalhes.

Peço que quem tem algum problema com o tema: abuso ou qualquer outra coisa relacionada a isso, pule o paragrafo quando verem o simbolo: "e só voltem quando "fechar" esse simbolo. Exemplo: 

"Fulana caminha sozinha na rua deserta e entra em um beco que dá para sua casa.
Um homem chega por trás e blá blá....
Fulana corre para pedir ajuda."

Entenderam? Espero que sim, obrigada.

Outra coisa, hoje serão dois capítulos postados mas vocês vão saber o porquê no final do próximo capítulo, ok?

Enfim, é isso, boa leitura!

Logan Wilson Davies

Eu estava deitado, encarando o teto branco, como se buscasse respostas nas pequenas imperfeições da tinta, mas tudo o que eu encontrava era o peso do que fiz.

Sabia, no fundo da alma, que o perdão não viria, mas mesmo assim, algumas coisas precisam ser ditas.

Algumas pessoas precisam ouvir, nem que seja a última vez, as desculpas que talvez nunca tenham esperado. Soltei um suspiro pesado, sentindo a tristeza me consumir enquanto me sentava na cama.

Sei que, para vocês, essas cartas podem parecer repetitivas, um ciclo sem fim, mas, quando se conhece a própria data de partida, escrever é tudo o que resta.

Peguei a folha de papel ao lado da cama e uma caneta. Ajustei o travesseiro como se isso pudesse me dar algum conforto antes de escrever o nome da primeira pessoa a quem feri.

"Darla,

Imagino que ouvir sobre a morte de seu filho seja a última coisa que deseja. Mas, mãe, você sabe que o Logan que conhecia já morreu há muito tempo. E, assim como você sabe disso, também sabe que foi Malia quem, por um breve momento, trouxe esse Logan de volta à vida. E eu, de maneira tão estúpida e cruel, acabei matando-o de novo.

Eu soube que você está feliz com sua nova família, que tem outro bebê a caminho. Li seus e-mails, mas nunca respondi.

Primeiro, por orgulho. Depois, por vergonha. E, por fim, por medo. Medo de que, talvez, você estivesse me contando sobre sua nova vida na esperança de ver de novo aquele garoto alegre, cheio de vida – o Logan de antes de papai te trair.

Falando nele, eu não o vi mais. Desde que a Connie o traiu, ele desapareceu.

Eu deveria ter cuidado dele, como você pediu, mas ele saiu no meio da noite e eu estava exausto. Tinha trabalhado o dia todo e, quando cheguei em casa, arrumei tudo, porque estava um caos. Nada disso justifica minha irresponsabilidade, mãe, eu sei.

Eu sei que te decepcionei, e, mais do que isso, sei que falhei com você de tantas formas que talvez não haja conserto. Mas eu precisava que você soubesse o quanto me arrependo.

Não mereço seu perdão, assim como não mereço o perdão de Malia, Kylie ou de todas as outras pessoas que machuquei.

Você provavelmente viu as notícias. Seu filho... cúmplice no sequestro de uma atriz da Disney. Sua ex-namorada. Que vergonha, não é?

Eu deveria ter te escutado, mãe, deveria ter começado a terapia aos 15 anos. Talvez, só talvez, se eu tivesse feito isso, não estaria agora deitado numa cama de hospital, após ser espancado na prisão, escrevendo cartas de despedida. E não estaria me afogando no arrependimento por tudo que fiz de errado.

Romance em Cena -KyliaOnde histórias criam vida. Descubra agora