Ecos do Silêncio

275 26 56
                                    

Autora

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo bem?

Com base no capítulo anterior, resolvi fazer esse capítulo do ponto de vista de uma pessoa que sabe e sente tudo mas ao mesmo tempo não está visivelmente na história. Neste capítulo, eu serei a narradora, contarei a vocês o que cada pessoa sentiu ao ler suas cartas.

O conteúdo desses dois capítulos pode ser difícil de ler, especialmente quando envolve temas sensíveis, mas é importante para entender os impactos e as emoções envolvidas. 

Como de costume, começamos com a frase, acredito eu, que vocês mais gostam:

Enfim, é isso, boa leitura!

Vamos começar com quem esteve ao lado de Logan durante seus últimos dias de vida:

Doutora Emma

O corredor do hospital estava vazio e abafado. As luzes fluorescentes piscavam levemente, projetando sombras trêmulas nas paredes.

A enfermeira saiu apressada da sala de Logan, a expressão no rosto revelando urgência e impotência. Logo atrás dela, Doutora Emma parou no limiar da porta, observando a cena com o peito pesado.

Ela havia se preparado para isso, mas a realidade era mais avassaladora do que qualquer expectativa.

A presença de Logan ali, fria e imóvel, era um lembrete cruel do que restava após as batalhas internas que ele havia travado. As cicatrizes invisíveis que ele carregou, até o fim, agora pareciam gravadas no silêncio da sala. Aquelas batalhas, tão devastadoras e solitárias, se encerravam de maneira final e irrevogável.

Doutora Emma, observando seu paciente, — e, em muitos momentos, sua maior preocupação — sentiu o peso de uma responsabilidade que transcendia sua função como terapeuta. Ela havia testemunhado suas lutas, suas tentativas de redenção e, por fim, sua rendição.

Logan havia deixado o mundo com as cartas, pedindo que ela fosse a ponte entre ele e aqueles que ele não conseguiu se despedir em vida.

Fechando os olhos por um breve instante, Emma deixou que uma única frase cruzasse seus pensamentos, uma crença que guiava suas ações naquele momento doloroso:

"Os mortos devem ter o direito de ter seus últimos desejos atendidos, afinal, eles não pedirão mais nada."

Ela inspirou fundo, absorvendo a quietude daquele quarto. As cartas pesavam em suas mãos como se fossem mais do que simples papéis; eram o último fôlego de Logan, sua tentativa final de deixar algo para trás que não fosse apenas dor.

Cada envelope selado era uma lembrança de uma relação fragmentada, de uma palavra não dita, de um perdão não solicitado. A serenidade no rosto de Logan, agora distante das angústias que o consumiram em vida, não aliviava o turbilhão que dançava na mente de Emma.

Palavras, nomes e promessas não cumpridas pareciam flutuar como fantasmas ao redor dele, entrelaçando-se com a imagem do corpo imóvel à sua frente.

Com um último olhar silencioso, ela finalmente se afastou. Não havia necessidade de uma despedida formal — Logan já havia se despedido por ambos, nas palavras cuidadosamente escritas nas cartas. Tudo o que restava a ela era cumprir o desejo dele, levando essas mensagens aos destinatários.

Emma saiu do quarto com passos lentos, mas determinados. As cartas estavam seguras em suas mãos, e junto delas, sua própria carta — a que Logan havia deixado para ela. Ela havia lido sua csrta, sentada na cadeira do quarto de Logan.

Romance em Cena -KyliaOnde histórias criam vida. Descubra agora