Capítulo 71

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Boa leitura

Paulo

Vejo ela sair da minha casa e fico desorientado ando de um lado para o outro, ela foi embora, foi embora dizendo que estou livre, foi embora e eu vi nos seus olhos que ela não vai mais voltar, dou um soco na parede por conta da raiva, dou outro pela dor que senti quando ela me disse que tinha se entregado para outro, dou o terceiro por tudo que ela fez e pela dor que me causou, quando vejo minha mão esta pingando sangue ignoro a dor na hora que lembro que dela saiu chorando, está sozinha na rua, quase pelada

Corro no quarto e pego a primeira bermuda que vejo pela frente, a chaves do carro e saio correndo atrás dela desço pelas escadas e chego na portaria

- Oi, boa noite cadê ela ? ~ pergunto para a moça da portaria

- Boa noite, saiu tem uns 5 minutos.

Agradeço e vou correndo para o estacionamento, entro no carro e saio cantando pneu não me importando se é de madrugada, eu tenho que saber se ela chegou bem. As ruas estão paradas pelo horário quando vejo no relógio já são quase 4h da madrugada, não demoro nem 20 minutos para chegar entro no condomínio dela e paro em frente sua casa, saio do carro me aproximando da porta vendo tudo escuro

- Será que ela já chegou ? ~ digo olhando para a garagem

- O que está fazendo aqui ? ~ me assusto olhando para trás

Ela com os sapatos na mão, os olhos inchados e nariz vermelho pelo choro, mas com a marra de sempre. Ela me olha de cima a baixo me lembrando que estou só de bermuda

- Eu só vim ver se você chegou bem, Saiu daquele jeito fiquei preocupado. Mas já que chegou, vi que está bem, estou indo embora. ~ falo firme passando por ela

- Paulo, o que é isso na sua mão ? ~ pergunta se aproximando

Sua cara de raiva muda para preocupação. Sinto minha mão começar a doer a levanto e vejo o estado está bem feio, sangrando muito a abro e fecho mas não consigo firmar pela dor aguda que sinto

- Não foi nada, bati com a mão na parede!

- Nitidamente você não bateu na parede, você socou uma parede. Porque fez isso ? Tá todo machucado! ~ pega na minha mão olhando preocupada

- Não precisa se preocupar, chegar em casa faço um curativo.. ~ falo pronto para sair mas ela segura meu braço olhando nos meus olhos

- Não! Entra que eu cuido de você, não vai conseguir chegar em casa com essa mão assim, deve estar doendo.. ~ não digo nada

Ela me puxa para dentro, liga a luz da sala quando entramos pela porta olho ao redor, não me sinto bem quando lembro da nossa ultima briga ali e que foi ali que ela transou com quele imbecil. Me leva até a sala e eu sento no sofá, ela diz que vai pegar a caixinha de primeiros socorros se abaixa deixando os sapatos no pé do sofá indo sentido ao escritório, uns 5 minutos depois ela volta se sentando de lado, me viro ficando de frente para ela passo meus olhos pelo seu corpo, esta com as pernas cruzadas me encarando sem jeito, seu perfume continua forte. Ela abre a caixinha pega um recipiente de algum remédio liquido, e um algodão molhando-o

- Me da sua mão... ~ ela pede com a voz calma me estendendo sua mão

Estico as minhas e ela segura com delicadeza, sua mão macia e seus dedos quentes, continuo calado a observando. Um turbilhão de sentimentos explode no meu peito meus pensamentos estão a mil, quero ir embora

- Vai arder um pouco, tá bom ? ~ avisa

- Ta bom.

Ela encosta o algodão molhado por cima do machucado, na mesma hora puxo minha mão de leve mas ela sgura firme

- Ai... ~ sussurro travando os dentes

Vejo que esta pior do que pensei, olho para ela e ela esta concentrada em tirar todo aquele sangue, enquanto ela limpa fico imaginando um futuro com ela se tudo tivesse sido diferente, meu peito dói. Ela levanta a cabeça percebendo que estou encarando-a, desvio o olhar rapidamente para baixo e ela volta para o curativo, ficamos calados até ela terminar, enrola uma faixa e PUTA QUE PARIU que dor

- Cuidado, Paulo! Se piorar vai no medico tá? ~ diz fazendo um carinho nos meus dedos se levantando do sofá

- Tudo bem, muito obrigado pelo curativo. Eu já vou indo! ~ falo levantando-me virando as costas indo em direção a porta

- Você não quer ficar ? que dizer, no quarto de hóspedes até amanhecer, já esta tarde, quase amanhecendo mesmo e sua mão desse jeito. Você pode ficar se quiser.. ~ olho para ela confuso esta de cabeça baixa sem graça, eu queria muito ficar mas não consigo

- Não obrigado, eu vou pra casa. Boa noite Gloria.. dorme bem, e obrigada mais uma vez! ~ ergue a cabeça

Vejo seus olhos cheio de lágrimas, tiro os meus dos dela olhando a casa, sentindo o meu coração quebrar

- Boa noite. ~ ela diz e eu saio sem olhar para trás deixando toda minha felicidade naquela casa

Entro no meu carro olho a porta da casa fechada, a luz da sala apaga começo a chorar, dou um tapa no volante esquecendo da mão zuada, grito de dor

- AAAA MAIS QUE PORRA! ~ respiro fundo me acalmando

Ligo o carro sem conseguir mexer a mão mas sigo para casa devagarinho.

...

Chego e o dia esta para nascer, vou para meu quarto deitando na cama, olho para minha mão sentindo que chegamos ao fim.

Gloria

Vejo ele sair pela porta carregando com ele um pedaço de mim, choro mais ainda sem conseguir acreditar que tudo acabou assim. Subo para meu quarto, vou direto para o banheiro ligo a luz e paro na frente do espelho me olhando, estou toda descabelada pelo sexo que fizemos a pouco tempo atrás, tiro o sobretudo e me assusto

- Meu Deus!!! Estou toda marcada

Me aproximo do espelho olhando meu pescoço e seios, varias marcas de chupões e mordidas. Entro no box e ligando o chuveiro, levanto a cabeça peço a água para limpar minha alma e acalmar meu coração. Fico debaixo do chuveiro não sei por quanto tempo, tomo meu banho e quando saio o dia esta nascendo. Me enxugo coloco um hobby me deito na cama, fecho os olhos sentindo o colchão me abraçar, me lembro dele caio no choro de novo

- To cansada de chorar, ainda mais por ele. Eu não sou assim ~ enxugo as lagrimas

Me ajeito na cama, logo pego no sono sentindo um vazio que parece que não vai passar nunca mais

...

Desejo ocultoOnde histórias criam vida. Descubra agora