Cap 14 - O toque que incendeia

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Boa leitura

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Boa leitura

Paulo

— Gloria, o que está fazendo? — pergunto, confuso.

Minha respiração falha estamos sozinhos nesse corredor, já é tarde, e somos os únicos no prédio, além do pessoal da terapia.

— Eu sei que é errado, mas não aguento mais, Paulo... Eu preciso de você. Não suporto viver só de lembranças — diz, rendida.

— Lembranças? — repito, parando no mesmo instante.

Olho para ela, pego de surpresa. Eu jurava que ela não se lembrava. Gloria sempre foi fraca para bebidas, e saber que, na verdade, ela lembra de tudo só me faz sentir mais raiva.

— Então você nunca esqueceu? Sempre soube? Me mandou embora e me tratou como um cachorro porque quis? — questiono, exaltado.

— Não foi bem assim, Paulo... Eu estava com medo, confusa. Tudo aconteceu tão rápido! Eu sou casada, você também. A gente vivia se provocando, mas nunca passava disso... Até que, de repente, fizemos aquela loucura.

Vejo que ela está sendo sincera, mas isso não diminui minha humilhação.

— Você tem noção de como eu me senti? Eu achei que tinha me aproveitado de você, que tinha feito algo errado!

— Eu imagino... e quero te pedir desculpas. Nunca quis te machucar ou te humilhar, essa nunca foi minha intenção — diz ela, baixando o tom.

Ela segura meu rosto e eu ainda a mantenho no colo. Seu olhar encontra o meu, depois desce até minha boca. Com o polegar, desliza pelos meus lábios. E ali, com ela nos meus braços, eu a beijo sua boca é quente, e quando sugo seus lábios e os mordo de leve, ela retribui, pedindo passagem com a língua eu cedo de imediato.

Caminho com ela até um corredor menor, onde a encosto contra a parede e continuo o beijo. Ela desliza os lábios pelo meu pescoço, suas mãos me apertam, me puxam mais para perto.

— Gloria... — murmuro, ofegante.

— Não fala nada. Só me beija.

Ela me beija com um desejo incontrolável. Mas, de repente, meu celular toca. Me afasto, respirando pesado.

— Aqui, não. Vou te levar para a enfermaria e esperar com você lá.

Ela me olha com um pouco de raiva nos olhos, mas sabe que estou certo.

— Tudo bem! — exclama, sem nunca perder a razão.

Gloria

Paulo me leva até a enfermaria. Enquanto a enfermeira me avalia, o celular dele toca novamente. Ele sai para atender, tenho certeza de que é a Juliana.

Não quero que o Orlando venha e encontre o Paulo aqui, então ligo para o Padilha vir me buscar. Quando Paulo volta, a enfermeira sai do quarto, nos deixando a sós.

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