Boa leitura
Paulo
Ela me chama para dormir na casa dela, e sem pensar muito, aceito. Vou seguindo o carro dela, perdido nos meus pensamentos. Orlando deve estar viajando com os filhos, provavelmente por isso ela me convidou. Percebo que ela fica surpresa quando aceito, e penso em contar que saí de casa e pedi o divórcio.
[...]
20 minutos depois
Finalmente chegamos à casa dela. Ela desce do carro e me pede para estacionar o meu na garagem. Entro, estaciono ao lado do dela, desço do carro e vejo ela parada na porta da garagem, me esperando. Pego meu celular, que deixei no banco, bato a porta e vou até ela, que está num degrau acima, encostada na porta, praticamente na minha altura. Ela passa os braços no meu pescoço, me olha nos olhos, roça nossos lábios. Eu a abraço pela cintura.
— Está com fome? — ela pergunta, com um sorriso travesso.
— Estou, você suga minhas energias... — respondo, dando uma risada enquanto a beijo rapidamente.
— Seu bobo. A cozinheira deixou comida pronta. Vamos tomar um banho primeiro e depois descemos para comer, pode ser? — diz entre risos, seu sorriso iluminando o ambiente.
— Perfeito! Só esqueci as roupas no carro, vou pegar. — confirmo, já descendo o degrau novamente para buscar minhas roupas no carro.
— Você anda com roupas no carro? Como assim? — ela pergunta, curiosa, quase rindo da situação.
— Normalmente não... — desativo o alarme do carro, olho para ela antes de continuar. — Mas saí de casa e esqueci de pegar algumas roupas para o meu novo apartamento, então acabei deixando no carro. — viro as costas, abro a porta e pego a mochila. Quando me viro novamente, ela está me olhando incrédula.
— Vamos? — falo, tentando tirar ela do transe.
— Vamos, claro.
Gloria
"Ele saiu de casa... foi isso mesmo que eu ouvi? Não é possível! Preciso perguntar e tirar isso a limpo depois..." 💭
— Vamos subir para o meu quarto! — digo, segurando sua mão.
— Está sozinha? — ele pergunta, um pouco receoso.
— Sim, meus filhos estão viajando e Orlando se mudou. — respondo, tentando passar tranquilidade, mas por dentro, uma curiosidade começa a crescer.
Quando olho para ele, vejo um olhar confuso, mas ele não faz mais perguntas. Eu, por outro lado, decido que vou retribuir essa curiosidade. Vamos subindo até o meu quarto. Ele vai olhando de um lado para o outro, admirando a casa. Nunca havia subido ao andar de cima, apenas visitado a área de lazer, a sala e a cozinha.
— Sua casa é linda! Você tem um ótimo gosto! — Mudo de assunto para não parecer curioso demais.
— Obrigada! Eu só dei uns toques meus, mas a decoração foi feita por uma amiga minha, designer de interiores. Ela arrasa! — respondo, tirando a rasteirinha e me sentando na cama.
Ele se acomoda na poltrona do meu quarto e me observa em silêncio. O olhar intenso sobre mim faz meu corpo formigar, e um sorriso malicioso surge em meus lábios. Sem desviar os olhos dele, começo a tirar a blusa devagarinho, notando o jeito como ele se inclina para frente, apoiando os cotovelos nas pernas, completamente atento a cada movimento meu.
Deslizo a saia pelo corpo, revelando a lingerie preta de renda. A calcinha é fio-dental, escolhida para não marcar, e o sutiã, quase transparente, faz questão de deixar mais do que deveria à mostra. Permaneço parada diante dele, sentindo o peso do seu olhar me devorando, percorrendo cada centímetro do meu corpo.
Então, sem pressa, solto o fecho do sutiã e o deixo cair no chão. Seu olhar se fixa nos meus seios, e a forma como morde os lábios deixa evidente o desejo crescente. Meu corpo inteiro pulsa em resposta. Abaixo lentamente a calcinha, sentindo a pele arrepiar com a provocação, e quando estou completamente nua, viro as costas e sigo para o banheiro sem dizer uma palavra, sem convidá-lo.
No instante em que entro, me dou conta: é a primeira vez que ele me vê assim, completamente nua para ele, sob uma luz tão clara. E esse pensamento faz meu desejo se intensificar ainda mais.
Paulo
Subimos as escadas, e ela comenta que o otário se mudou. Ela faz comigo o mesmo que faço com ela: não dá explicações sobre a separação. Claro que não deixaria uma pirraça sem troco. Não vou perguntar agora. Depois.
Entramos na suíte, e, como o resto da casa, o ambiente é lindo. Ela tem um gosto impecável.
Enquanto se senta na cama e tira as sandálias, me acomodo na poltrona de frente para ela, observando-a. Ela é absurdamente linda. As luzes iluminam cada detalhe de seu corpo, e meu olhar percorre cada curva sem pressa. Ela percebe e, com um sorrisinho provocante, começa a tirar a roupa.
Meu corpo reage no mesmo instante. Inclino-me para frente, querendo uma visão mais privilegiada do espetáculo que ela me proporciona. Como essa mulher pode ter 60 anos? Isso não entra na minha cabeça. Minha Maria, como a chamo num apelido que poucos – se é que alguém – ousa usar. Sua alma é jovem, e o corpo... o corpo é um pecado. A cintura desenhada, as pernas grossas e definidas, os seios firmes e pontudos, os mais lindos que já vi. Ela é uma tentação.
A forma como tira a roupa sem desviar os olhos dos meus, a lingerie que mal cobre algo, tudo nela é provocação. Meu olhar devora cada detalhe, faminto. Nunca me canso dessa mulher. Ela tem um poder sobre mim, sobre meu corpo, e sabe disso.
Quando solta o sutiã, sinto meu autocontrole ameaçar ruir. E quando a calcinha desliza por suas pernas, quando ela fica completamente nua diante de mim, o tempo parece desacelerar. Minha respiração está pesada, meu corpo em alerta.
Então, sem dizer uma palavra, ela vira de lado, exibindo aquela bunda empinada, e caminha em direção ao banheiro. Meu olhar a acompanha, cada músculo do meu corpo tenso de desejo. Mas ela entra sem ao menos me chamar.
Maldita...
[...]

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Desejo oculto
Fiksi PenggemarPaulo Rocha e Gloria Pires começam a gravar uma novela juntos "terra e paixão" e ao longo do tempo que passam juntos surge uma paixão avassaladora no coração deles.