Capítulo 25

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• Um Mês Depois •

— Então, foi tudo bem no casamento?

S/n havia retirado as taças de vinho do seu armário de cozinha e estava vasculhando uma gaveta atrás de um saca-rolhas.

— É. Foi, na verdade, muito divertido. Todos estavam falando dos meus livros. E ninguém pensou nada sobre eu não ter um acompanhante.

Ela reconheceu a qualidade do silêncio na outra sala, então acrescentou rapidamente:

— Mas não se atreva a dizer que havia me dito isso.

Ela encontrou o saca-rolhas e levou-o com as taças para a outra sala, onde Mina estava colocando um DVD.

— Eu não sonharia com isso.

A mulher murmurou.

S/n estava sorrindo como uma maníaca, mas não conseguia evitar.

O mês que Mina esteve em seu projeto de campo arqueológico em Santorini pareceu interminável.

A brasileira sentiu uma terrível falta dela, tanto que era quase embaraçoso.

Mas agora Mina estava, finalmente, de volta.

— Nós realmente temos que assistir a este filme?

Mina perguntou com uma expressão sofrida.

Ela usava uma camiseta branca fina e calça moleton cinza e meias brancas, ela parecia à vontade, e tão deliciosa que S/n queria engoli-la inteira.

— Sim.

Disse a garota, erguendo o queixo para mostrar sua teimosia.

— Vai ser divertido. Você pode zombar do conteúdo à vontade.

— Mas Uma Linda Mulher?

A voz de Mina foi afinando com ceticismo e relutância.

— Basta assistir.

Disse S/n, franzindo o cenho para ela. Mina riu, pegando o vinho e o controle remoto.

— Seu bom humor não dura muito tempo, não é?

S/n deixou-se cair ao lado dela.

— Você não tem ninguém para culpar além de si mesma.

Ela deu-lhe um olhar de soslaio, apreciando a visão do rosto relaxado e a pele bronzeada das horas sob o sol do Mediterrâneo.

Mina aparentemente fez uma boa viagem; o projeto de campo selou sua determinação em seguir arqueologia.

S/n estava muito feliz por ela ter encontrado algo que a fizesse se sentir realizada, apesar do buraco que Mina havia deixado em sua vida durante a longa ausência.

S/n suspirou, presa entre angústia e alegria.

— Estou tão feliz que você esteja em casa.

Mina riu de novo, mas colocou o braço ao redor dela para lhe dar um aperto.

— Eu também.

Elas assistiram ao filme.

S/n conseguiu basicamente apreciar a essência fofa e implausível, apesar de uma sucessão de comentários sarcásticos de Mina.

Ela não reclamou, já que dissera que estava autorizada a zombar.

Mas ela se vingou aconchegando-se contra a mulher.

Mina não era, normalmente, uma pessoa melosa.

Desde que haviam cancelado o arranjo comercial, ela raramente iniciava algo além de breves e casuais toques.

Mas foi Mina quem colocou o braço ao redor de S/n, então a garota achou que poderia considerar isso um primeiro passo.

S/n se inclinou contra ela feliz enquanto assistia, desfrutando do simples prazer de estar perto dela.

Quando o filme chegou à cena final, a reconciliação feliz, cheia de sentimentos românticos, mas sem realismo, S/n tentou entrar no espírito de fantasia, mas os bufados irônicos de Mina continuavam atrapalhando.

Minha acompanhante [Mina/You]Onde histórias criam vida. Descubra agora