Epílogo

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Dois anos se passaram desde que Mina e S/n enfrentaram os desafios de suas vidas e encontraram o caminho de volta uma para a outra, estando mais fortes e unidas do que nunca.

Hoje, sua casa era um lar em constante movimento, preenchido pelo som de risadas fofas, pequenas corridas de pés descalços gordinhos e a alegria contagiante que vinha da pessoa mais nova da família: Sua filha, Nanami.

Era uma tarde de outono, e o sol entrava suavemente pelas janelas da sala de estar, criando sombras dançantes que pareciam brincar junto com Nanami.

Mina estava observando uma cena que ela nunca imaginou que seria possível.

S/n estava sentada no chão, cercada por blocos de montar e brinquedos espalhados, ajudando a filha a construir uma torre de blocos.

Ao seu lado, uma pequena garotinha de cabelos lisos e escuros e olhos curiosos estava concentrada em empilhar os blocos.

Cada vez que a estrutura balançava e caía, Nanami soltava um riso cristalino, e S/n ria junto, enchendo o ambiente com um som que Mina desejava gravar para sempre em sua memória.

Mina, observando a cena da cozinha, sentiu uma onda de ternura incontrolável.

Ela ainda se pegava, às vezes, assombrada pela incredulidade de que essa era realmente a sua vida — que ela tinha uma família que a completava de uma forma tão plena e uma familia com o  amor da sua vida.

A pessoa que ela nunca pensou que poderia ter um dia.

Ela pegou duas canecas de chá, suas mãos se movendo automaticamente, mas seus olhos nunca se afastando das duas pessoas que eram seu mundo.

— Vocês são minha visão favorita, sabia? — Mina disse ao se aproximar, entregando uma das canecas a S/n, que sorriu em agradecimento antes de dar um beijo suave na mão de Mina.

— Ela tem os seus olhos, sabia? — S/n comentou, olhando para Nanami, que agora estava entretida em empilhar os blocos em uma sequência complicada.

— E o seu sorriso, — Mina respondeu, sem desviar o olhar da filha. — Essa combinação é irresistível.

— Irresistível, mas uma pequena tempestade, né? — S/n brincou, rindo quando Nanami, percebendo que estava sendo observada, deu-lhes um sorriso maroto, mostrando os dentinhos fofinhos.

Mina se abaixou até a altura de Nanami e, pegando um bloco, começou a ajudar a construir a torre, mas de propósito colocou um bloco torto, fazendo tudo desmoronar novamente.

Nanami riu alto, batendo palminhas de pura felicidade.

— Você fez de propósito, né, mamãe Mina? — S/n acusou com um sorriso divertido, fingindo repreensão.

— Talvez, — Mina admitiu, erguendo as sobrancelhas em falsa inocência. — Mas como eu poderia resistir ao som dessa risada?

Nanami se levantou, cambaleando um pouco em suas perninhas ainda incertas, e correu até Mina, jogando-se em seus braços.

Mina a ergueu no colo e a abraçou com força, sentindo o coração transbordar de amor e gratidão por aquele pequeno milagre que ela jamais pensou que teria.

— Ei, minha pequena exploradora, — Mina disse, acariciando o cabelinho macio de Nanami. — Que tal irmos explorar lá fora com suas mamães?

— Siiim! 

Nanami fez um "sim" animado com a cabeça, e suas mãos começaram a bater excitadas, fazendo as duas mães rirem.

Elas se levantaram e se dirigiram para a porta, onde S/n colocou um casaquinho em Nanami e Mina, em um gesto que virou rotina, pegou o seu chapéu de Indiana Jones pendurado no cabideiro.

— Ah, não, — S/n disse com um sorriso provocador, colocando as mãos nos quadris. — Você ainda está usando esse chapéu?

— Você me pediu uma vez que eu provasse meu amor por você, — Mina respondeu, colocando o chapéu com um ar dramático. — E desde então, ele virou o meu uniforme de amor incondicional. Mas só para você.

— Você é tão boba, — S/n disse, rindo e passando os braços em volta de Mina para beijá-la. — E eu amo cada pedacinho bobo de você.

Elas saíram para o jardim de mãos dadas, com Nanami correndo à frente, suas risadas enchendo o ar.

O vento soprava suavemente, levantando as folhas caídas pelo quintal, e o mundo parecia, de alguma forma, mais colorido, mais vibrante.

Mina olhou para S/n e para Nanami, sentindo uma paz profunda que era nova para ela.

Uma paz que só existia porque, pela primeira vez na vida, ela não estava fugindo de si mesma.

Mais tarde, naquela noite, enquanto colocavam Nanami para dormir, S/n virou-se para Mina, o olhar iluminado por uma felicidade tranquila que parecia abraçá-las por completo.

— Eu não poderia imaginar minha vida sem isso, sabe? — S/n disse suavemente, observando Nanami enquanto ela dormia, os dedinhos ainda segurando um dos brinquedos que ela não queria soltar.

— Nem eu, — Mina respondeu, abraçando S/n por trás e beijando sua bochecha. — Eu nunca soube que poderia ser tão feliz até que você chegar e depois Nanami e se tornaram a minha realidade. 

— Bem, eu tenho mais uma notícia para deixar essa realidade ainda melhor, — S/n disse, virando-se para Mina, levando sua mão até a sua barriga ainda lisa, com um sorriso que era puro amor e um toque de nervosismo. — Eu estou grávida de novo.

O mundo de Mina parou por um segundo.

Ela piscou, tentando assimilar as palavras que ecoavam em sua mente.

Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto a emoção transbordava de seu coração.

— Sério? — Mina perguntou, sua voz quebrando com o choro que ela tentava controlar.

— Sério, — S/n confirmou, os olhos também marejados. — Nossa família está crescendo mais, amor.

Mina puxou S/n para um abraço forte e apertado, segurando-a como se nunca mais fosse soltar.

E, enquanto as lágrimas de felicidade caíam, ela sussurrou:

— Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter vocês. Por ter tudo que eu sempre quis.

— E nós somos sortudas por ter você, — S/n respondeu, se afastando um pouco para olhar nos olhos de Mina. — Não importa o que aconteça, nossa família sempre vai ser assim... Cheia de amor.

E ali, no meio daquela noite tranquila, com sua esposa nos braços e suas esperanças renovadas para o futuro, Mina percebeu que todos os pedaços quebrados do seu passado finalmente tinham encontrado um lugar para se encaixar.

Ela tinha um lar, tinha uma família e, mais importante, tinha um amor que era forte o suficiente para suportar qualquer tempestade.

Amanhã, como todos os outros dias, seria um novo começo.

E com S/n e Nanami ao seu lado — e o novo bebê a caminho —, Mina sabia que estava pronta para qualquer coisa.

O futuro, afinal, era apenas uma promessa do que mais estava por vir.

E ela não poderia estar mais feliz em viver tudo isso ao lado das pessoas que ela amava mais do que tudo no mundo.

FIM




Minha acompanhante [Mina/You]Onde histórias criam vida. Descubra agora