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Os dias que seguiram ao incidente no beco foram de certa forma confusos para Flávia. Ela ainda sentia o impacto emocional do que aconteceu, mas algo ainda mais forte a surpreendia: uma curiosidade crescente sobre S/n, a mulher alta e musculosa que havia aparecido como uma verdadeira heroína. O contraste entre a imponência física de S/n e sua timidez era intrigante. Por mais que tentasse focar nos treinos e na sua rotina como ginasta de elite, Flávia se pegava pensando constantemente em S/n.
Flávia, que não era do tipo de adiar suas vontades, pegou o celular e decidiu mandar uma mensagem, embora hesitasse por alguns segundos antes de apertar "enviar".
_"Oi, S/n. Tudo bem? Estava pensando... ainda está de pé aquela ideia de sairmos? 😊"_
Assim que enviou a mensagem, Flávia ficou olhando fixamente para o celular, ansiosa pela resposta. Vários cenários passavam pela sua cabeça. "Será que ela vai pensar que estou sendo precipitada? E se ela não quiser sair comigo?". Pensamentos assim cruzavam sua mente até que o celular vibrou. Seu coração deu um pequeno salto, e ela rapidamente desbloqueou a tela.
_"Oi, Flávia! Estou bem, e você? Claro que sim! Quando você quer sair?"_
O alívio e a alegria foram instantâneos. Flávia sorriu sozinha e sentiu o calor familiar do entusiasmo tomar conta de seu corpo. Elas trocaram algumas mensagens rápidas e marcaram o encontro para o sábado à noite em um restaurante no centro da cidade, conhecido por seu ambiente tranquilo e acolhedor.
No sábado, Flávia estava em casa, se preparando. Por mais que estivesse acostumada com a pressão das competições e com a expectativa de performances impecáveis, havia algo diferente nesse encontro. Ela se pegava em frente ao espelho mais vezes do que o normal, ajeitando o cabelo, experimentando diferentes roupas, tentando encontrar o equilíbrio perfeito entre elegância e descontração. Queria impressionar, mas sem parecer que estava se esforçando demais.
— Isso é só um jantar... — ela murmurou para si mesma, enquanto se observava no espelho pela terceira vez em uma hora.
Depois de muita indecisão, ela optou por um vestido casual, de tecido leve, que caía suavemente sobre seu corpo atlético. Combinou com uma jaqueta jeans para não parecer formal demais. Flávia sabia que seu corpo, pequeno e ágil, contrastava fortemente com a aparência robusta de S/n, e de alguma forma, gostava dessa dicotomia.
À medida que a hora do encontro se aproximava, Flávia sentia uma mistura de excitação e nervosismo. Não era só o fato de sair com alguém que havia a salvado de uma situação perigosa, mas também a própria S/n, com seu jeito discreto e introspectivo, havia despertado algo em Flávia que ela não conseguia explicar completamente.
O restaurante que escolheram era um lugar aconchegante, com mesas ao ar livre, ideal para uma noite tranquila sob a luz da lua. Quando Flávia chegou, notou que a lua cheia iluminava a cidade de forma muito semelhante àquela noite no beco, mas agora, a sensação que ela carregava não era de medo, e sim de uma expectativa boa.
