Laços inquebráveis - Borusara.

40 - Fim

Boruto

— E aí? Como estão as coisas aí em Las Vegas? — foi a primeira coisa que minha mãe perguntou quando atendi a chamada de vídeo.

— Tá tudo bem, mãe. Eu terminei meus projetos e estou aguardando os papéis do restaurante. Acho que daqui a uns meses ele vai ser oficialmente meu. É muito burocrático comprar um estabelecimento — respondi a ela.

Depois que me mudei para Vegas, descobri que cozinhar é algo muito legal. Estudei bastante, fiz faculdade de gastronomia e estou quase me tornando um chef de cozinha. Finalmente encontrei algo que me faz bem.

— Isso é bom. Quando estiver de férias, vem me visitar. Quero experimentar seus pratos — ela disse sorrindo.

— E como estão as coisas aí? Hima está bem?

— Bom, tenho novidades. Ela vai sair de casa, vai morar com o Inojin.

Fiquei um tempo em silêncio. Hima sair de casa significa que mamãe vai ficar sozinha, já que eu saí de casa há uns anos.

— Você está bem? Se quiser, posso voltar para casa — falei com certo receio.

— Está tudo bem. Eu criei vocês para o mundo. Não posso prender vocês aqui. Quer dizer, meu lado de mãe quer vocês aqui o tempo todo, mas tenho que entender que vocês também têm uma vida, e eu já sou grandinha para morar sozinha — ela disse.

— Eu sei, mas...

— Não precisa disso. E a Hanabi vai ficar aqui, já que ela disse que nunca vai se casar. Ela vai vir morar comigo, então não vou estar sozinha, não se preocupe — disse sorrindo.

— Bom, ok então. Mas me liga sempre que quiser. Sei que ando muito ocupado, mas estou sempre disponível para você, mãe — ela assentiu.

— E o teste de DNA? O que deu? — minha mãe perguntou.

Uns meses atrás, eu me envolvi com uma menina. Foi aquele tipo de relação sem importância, mas que sempre tem sexo no meio. E nesse pouco tempo, ela esqueceu de tomar o anticoncepcional um dia e, no outro, apareceu na minha porta falando que estava grávida.

Foi a pior coisa que poderia ter acontecido naquele momento. Não que a gravidez fosse um problema, mas não era o momento certo. Eu estava super atolado no trabalho, fazendo faculdade e cheio de coisas para resolver. Eu sou homem o suficiente para assumir as coisas que fiz, mas ela nem tanto.

Ela não era uma pessoa muito confiável, e como nós dois não estávamos namorando, e ela ficava com outros caras além de mim, pedi um teste de DNA, e ela se sentiu super ofendida com isso, o que resultou em uma briga feia. Mas, no fim, ela fez o teste.

E eu não sou o pai do bebê.

— Deu negativo, o bebê não é meu.

— Isso é bom. Quer dizer, ter filho é uma bênção, mas você não precisa disso agora. Seu foco é no restaurante.

Senti um certo incômodo na voz da minha mãe, e no olhar dela, como se quisesse me falar algo, ou estivesse escondendo alguma coisa. E eu consegui escutar a voz da Hima no fundo, algo do tipo "conta pra ele", e logo depois escutei minha mãe mandando ela ficar quieta.

— Contar o quê? — ela me olhou através da tela, parecia preocupada.

— Bom, é que... — típica enrolação — Eu estava indo ao mercado hoje e vi o Sasuke e a Sakura na rua.

Meu coração parou por uns instantes. Fazia tanto tempo que eu não escutava aqueles nomes. Sempre evitei essa parte da minha vida e fingia não escutar quando alguém citava o nome deles, porque não queria me lembrar dela.