12 - Tatuagem

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Sarada

Estava esperando o Boruto chegar para irmos ao cinema.

O clima estava frio, como tem sido nos últimos dias. Vesti uma calça preta e uma blusa de frio vermelha, nos pés eu calcei um tênis. Deixei o cabelo solto e levava uma bolsa pequena, para levar meu celular.

Fiz o máximo pra ficar bonita e aquecida.

Ele chegou exatamente as 20:00, pontual, eu gosto disso.

Me despedi dos meus pais e saí de casa.

Ele fez questão de sair do carro para abrir a porta pra mim.

- Ui, que cavalheiro - ele sentou no banco do motorista.

- Sempre fui - deu partida e seguimos nosso caminho.

A única coisa que eu conseguia prestar atenção, era no cheiro do perfume que ele usava, era extremamente delicioso.

Chegamos no cinema alguns minutos depois, ele estacionou o carro e fomos pra dentro.

Estava passando um filme novo de drama, a gente escolheu ele, meu medo é acabar chorando no meio do filme, porque eu sei muito bem que qualquer emoção nos filmes eu acabo chorando.

Compramos pipoca e fomos pra dentro da sala, não tinha muitas pessoas lá.

Passou alguns trailers e o filme começou.

....

O final do filme foi muito triste, o protagonista acabou morrendo, dando a vida pela mulher que ele amava, e eu, acabei chorando como imaginei.

Notei o olhar de Boruto sobre mim.

- Está chorando? - perguntou baixinho.

Assenti com a cabeça. Ele riu.

- É só um filme.

- Eu sei, mas eu me emocionei - falei secando as lágrimas.

O filme já tinha acabado, as pessoas estavam saindo da sala.

Nos levantamos e saímos também.

- Eu achei que eu não ia gostar do filme, mas é legal até - ele disse ao entrarmos no carro.

- Quer ir para algum lugar? Ou quer ir pra casa? - ele perguntou.

- Onde quer ir?

- Sei lá, dar uma volta na praça, tomar um milkshake, só não quero ir pra casa agora - ele disse.

- Tudo bem, vamos pra qualquer canto então, também não quero ir pra casa - fomos em direção a mesma praça da última vez e ele comprou os milkshakes pra gente.

Eu insisti em pagar o meu, mas ele não deixou, então acabei cedendo.

Sentamos ao redor de uma mesa de madeira que tinha na praça e ficamos batendo papo.

Percebi que ele parecia meio pra baixo, eu estava preocupada com ele.

Olhei para o pulso dele e notei novamente aquela tatuagem. Eu queria perguntar sobre, mas estava com relutância, estava com medo dele ficar com raiva ou alguma coisa. Prestando bem atenção em seu pulso, dava pra notar algo em cima da tatuagem. Algo que parecia muito uma cicatriz. Sabendo do fato do acidente do pai dele, eu me pergunto se poderia ser uma cicatriz por tentativa de suicídio.

Quando nós éramos crianças, o Boruto sempre foi aquele tipo de menino que não gostava de demonstrar fraqueza, que nunca chorava e que fingia ser forte o tempo todo. Mas o tempo foi passando e nós fomos crescendo, e com isso, nossa intimidade aumentou bastante, e nesse meio tempo ele conseguia demonstrar um pouco mais as suas fraquezas, seus medos, e até suas lágrimas.

Laços inquebráveis - Borusara.Onde histórias criam vida. Descubra agora