(Por Lingling)
Entrei no avião sozinha, o que foi um alívio, Pentaii iria para Boston antes de voltar pra Tailândia e eu mandei o meu funcionário descobrir o que ele faria nos Estados Unidos enquanto eu investigaria de perto tudo sobre o meu pai.
Como a viagem duraria mais de 12 horas eu resolvi dormir, tomei alguns comprimidos para me ajudar a relaxar e logo apaguei.
O que eu posso falar pra vocês sobre a minha viagem? Eu realmente detestei, acordei duas vezes e em ambas às vezes me limitei evitando pensar nos meus sentimentos, eu queria chorar, porém não me permiti.
Desembarquei em Bangkok, o sol escaldante, um calor de 28° graus e nem era meio dia, olhei para o céu totalmente azul sem nenhum vestígio de nuvens e diversas pessoas caminhando apressadamente levando consigo as suas bagagens.
Ao sair do aeroporto fui abordada por um dos homens de meu pai que retirou as malas da minha mão e me orientou que o seguisse.
Com poucos passos chegamos em frente a um Toyota, o motorista assim que nos viu se apressou para abrir a porta de trás, ele me cumprimentou respeitosamente e deu passagem para que entrasse no veículo, o homem que ficou com as malas encarou-nos em silêncio antes de se sentar no banco do carona.
Ele ficou o tempo todo me observando pelo retrovisor enquanto eu fingia não vê-lo fazendo aquilo, peguei o meu celular e mandei algumas orientações para a Eclair, então tirei o chip do aparelho e o quebrei, jogando todas as informações dele pela janela.
Omiti tudo que pude antes de viajar, eu não podia arriscar que o meu trabalho fosse contaminado por meu pai ou qualquer outra pessoa e caso eu não conseguisse me livrar deste casamento, todos os meus bens seriam transferidos para a Orm e a casa iria para a Eclair, mas essa última informação só o meu advogado e eu sabíamos.
Eu odiei ser subjugada daquela forma, mas eu me controlei para não surtar.
O caminho até Kalasin foi longo, percorremos por quase oito horas devido ao trânsito na capital, eu não me recordava mais de como eram aquelas ruas, me senti uma estrangeira em seu próprio país.
O aparelho que o meu funcionário comprou eu escondi para que ninguém soubesse de sua existência, vocês devem estar pensando que eu estou agindo de uma maneira bem paranóica e eu não culpo vocês por isso, porém depois de tudo o que aconteceu é impossível pra mim agir de outra forma.
Mentalmente eu pensava na Orm, pedindo em silêncio pra ela me esperar, fisicamente eu ignorava as dores que o meu corpo exibia por não estar descansando o necessário e as minhas emoções estavam a flor da pele.
Como vocês podem perceber, aquela Lingling que era um exemplo de força e virilidade estava quebrada tentando juntar os cacos para não sucumbir, eu tinha o porquê de lutar e iria fazê-lo até o fim.
...
Passamos pelo enorme jardim com flores e uma vegetação regada diariamente de um verde totalmente vivo, o caminho de pedras em paralelepípedo e cimento, o que dava contraste ao ambiente, a casa vista de longe era majestosa, eu me lembrava vagamente daquele lugar que um dia há anos atrás foi o que eu poderia chamar de lar.
Eram dois andares, por fora as paredes brancas como gelo e por dentro outras cores enfeitavam o ambiente, o hall na entrada era enorme, vários seguranças fazendo vigia, câmeras por toda parte registrando quem entrava e saía.
O Toyota parou bem diante da entrada principal e logo fui conduzida para o interior daquela mansão, o meu peito parecia querer explodir, mas me reservei ao estado frio, congelando qualquer emoção que pudesse sentir.
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ME ESPERA...
RomansaLingling era CEO de uma multinacional na Inglaterra e levava uma vida comum neste país, tendo o trabalho e a sua solidão um refúgio para manter a sua serenidade. No entanto, as suas barreiras são quebradas quando ela conhece Orm Kornnaphat, que apes...