As flores continuam aparecendo todos os dias de manhã,quase sempre no mesmo horário já são quatorze flores ao total e ainda não sei quem as escreve.
Essas flores nem mexem comigo,não tenho mais 15 anos para acreditar que existem príncipes encantados,na verdade nem sei se o amor realmente existe,como posso acreditar nisso se ele me destruiu?
Quando me perco em pensamentos, Erick sempre aparece, como se tivesse um radar. E, para ser sincera, ultimamente não tenho achado isso tão ruim.
Ele não está tão próximo dessa vez, mas o cheiro familiar de menta denuncia sua presença.
- Tem bala? - pergunto, já antecipando a resposta.
- Era a última, mas se quiser, pode vir pegar. - Ele sorri de canto, com a bala presa entre os dentes.
Nem morta. Se tem algo que o Erick não entende, é a palavra "limite".
Com um suspiro, me aproximei, notando sua expressão confusa. Em vez de aceitar o jogo dele, coloquei minha mão nos bolsos da calça dele, e puxei uma bala.
- Era a última, né? - disse, levantando uma sobrancelha.
Erick soltou uma risada curta, claramente surpreso com minha ação.
- Sempre esperta... - ele murmurou, me observando com aquele olhar que misturava diversão e curiosidade. - Mas você sabe, nunca é a última com a gente.
Abri a bala e coloquei na boca, deixando o gosto de menta se espalhar lentamente enquanto ele me olhava com um brilho provocador nos olhos. Havia uma tensão leve no ar, algo que estava se tornando cada vez mais comum entre nós.
- E aí, o que tá passando por essa sua cabeça, hein? - ele perguntou, inclinando-se um pouco mais perto.
- Nada demais - respondi, tentando soar casual, mas meu coração estava batendo mais forte do que eu gostaria de admitir. - Só pensando.
- Pensando em mim, aposto - ele disse, com aquele tom convencido.
Revirei os olhos, mas a verdade é que ele não estava tão errado assim.
- Sim, pensando em quando você vai finalmente arrumar uma namorada e parar de me incomodar - disse, jogando a primeira desculpa que veio à mente. Era óbvio que eu estava mentindo, mas precisava sair daquela situação embaraçosa.
Erick estreitou os olhos, claramente percebendo que eu não estava sendo honesta. Ele deu um passo à frente, cruzando os braços com um sorriso provocador.
- Ah, é? Tá tão desesperada assim pra se livrar de mim? - Ele inclinou a cabeça, a voz carregada de ironia.
Eu ri, tentando esconder meu nervosismo.
- Só estou pensando no seu bem-estar, Erick. Acredite, alguém por aí vai ter paciência pra lidar com você. Eu já fiz minha parte. - Dei de ombros, fingindo indiferença.
- Engraçado... - Ele deu mais um passo, agora perto o suficiente para que eu pudesse sentir o calor de sua presença. - Você sempre diz isso, mas continua aqui. Vai ver, sou mais irresistível do que você admite.
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O despertar do amor
RomansaDesde a infância, Ayla e Erick mantiveram uma amizade marcada por travessuras e implicâncias. Quando tinham 18 anos, um vínculo especial surgiu entre eles, mas, ocupados com questões pessoais, nunca perceberam a profundidade dos sentimentos que comp...