Era para aquela brincadeira de "kiss challenge" não ter significado nada, porém eu mentiria se dissesse que foi um beijo qualquer. Desde o momento em que nossos lábios se tocaram, senti algo que nunca consegui ignorar. Aquele instante foi como se o mundo ao nosso redor desaparecesse, e tudo o que restasse fosse a conexão entre nós.
Eu sempre fui apaixonado pela Ayla, mas ela parece ser muito sonsa para perceber. Às vezes, fico pensando se ela realmente não percebeu os olhares que trocamos, os momentos em que a empurro levemente só para sentir sua presença mais perto. Eu queria ter coragem para falar sobre isso, mas o medo de estragar nossa amizade sempre me paralisou.
Agora, depois daquele beijo, não consigo parar de pensar que talvez, só talvez, ela possa ter sentido o mesmo. Será que ela também se lembrou do jeito que seus lábios se encaixaram com os meus? Será que ela também sente a mesma confusão dentro de si? Com o coração acelerado, eu espero que o jogo não tenha sido apenas um momento passageiro, mas o início de algo que sempre desejei.
Eu finjo ser indiferente toda vez que ficamos próximos demais, fazendo brincadeiras e tentando manter o tom leve. É uma defesa, uma maneira de esconder o que realmente sinto. Às vezes, brinco sobre os outros caras que aparecem, só para ver se acho algum ponto de sentimento nela, mas nunca encontro nada. A resposta dela é sempre a mesma: um sorriso despreocupado, como se nada estivesse acontecendo.
Devo admitir que sinto muito ciúmes dela. Já fiquei com outras pessoas sabendo que ela estava olhando, na esperança de que isso a fizesse reagir, mas ela parece não ligar. É frustrante. Eu fico lá, observando-a e tentando decifrar seu olhar, mas tudo o que vejo é a mesma amizade que sempre tivemos. E, apesar de eu saber que é só um jogo, a dor de vê-la alheia ao que eu sinto é sufocante.
Às vezes, eu me pergunto se sou eu quem estou vendo tudo errado. E se, no fundo, a amizade é tudo o que temos? Mas, ao mesmo tempo, aquele beijo não foi apenas um erro de percurso. Não era para ter significado, mas, para mim, mudou tudo. É como se eu tivesse cruzado uma linha e não conseguisse voltar atrás. E, a cada dia que passa, a incerteza sobre os sentimentos dela só faz crescer, me deixando preso em um ciclo de insegurança e desejo.
A cada risada compartilhada, cada olhar que durava um segundo a mais do que deveria, eu tentava decifrar seu coração. Havia momentos em que parecia que ela estava prestes a dizer algo, mas logo a timidez a fazia recuar. Aquela barreira invisível entre nós, uma combinação de amizade e algo mais, me deixava perplexo. Às vezes, eu sonhava acordado com o que poderia ser, mas logo voltava à realidade, frustrado.
E, então, eu me pego pensando em como seria se eu me abrisse para ela. E se eu dissesse tudo? O medo de arriscar nossa amizade me paralisava, mas a ideia de continuar vivendo nessa incerteza parecia ainda mais insuportável. As noites eram longas e solitárias, repletas de pensamentos que me mantinham acordado. E o ciúme que eu sentia dela se tornava uma sombra constante, me lembrando de que eu poderia perder a única pessoa que realmente importava.
Mas talvez, se eu apenas deixasse de lado o medo e me permitisse ser vulnerável, as coisas poderiam mudar. O pensamento de que ela poderia corresponder ao que eu sinto se tornava cada vez mais tentador. Naquelas horas solitárias, a ideia de um "nós" se tornava mais palpável, mais real. O que me impedia de dar o próximo passo? Afinal, eu sabia que esse poderia ser o risco mais gratificante da minha vida.
Prometi a mim mesmo que o ultimo dia para me declarar será no aniversário de 23 anos da Ayla,ainda estou pensando como farei isso,não sou nada tímido mas de alguma forma Ayla me deixa assim.
Ayla fala tanto sobre clichês que estou começando acreditar que talvez sejamos um,as vezes parece que saimos de um livro onde eu sinto algo por ela sem ela saber.
Cada dia que passa percebo que a amo mais,com ela eu sou diferente,não consigo me relacionar porque sei que uma hora ou outra essa pessoa descobriria que há algo a mais entre mim e Ayla,com ela eu me casaria no primeiro beijo,formaria uma família sem nunca ter pensado em filhos,e quem sabe citaria os personagens que ela ama mesmo eu não gostando de toda essa melancolia.
Às vezes acredito que, se ainda estamos aqui, é porque o destino espera algo de nós. Como se cada passo que damos nos levasse mais perto de um desfecho que já foi escrito, só esperando o momento certo para ser revelado. Talvez haja uma razão para todas as voltas que demos, para os momentos que compartilhamos, mesmo sem nomear o que sentimos.
Há algo em nós que nunca desaparece, uma ligação que vai além da amizade. Mesmo quando tento me afastar, algo me puxa de volta para perto dela, como se o universo estivesse nos empurrando um para o outro, vez após vez. E apesar de todas as dúvidas, medos e incertezas, existe essa esperança silenciosa de que, no final, somos nós dois que o destino escolheu.
Talvez o tempo esteja nos preparando, nos moldando. Talvez haja algo grande reservado, algo que vai além de qualquer plano que já fizemos. Porque, no fundo, sei que não é por acaso que ainda estamos aqui, lado a lado, mesmo que o amor ainda não tenha sido confessado.
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O despertar do amor
RomanceDesde a infância, Ayla e Erick mantiveram uma amizade marcada por travessuras e implicâncias. Quando tinham 18 anos, um vínculo especial surgiu entre eles, mas, ocupados com questões pessoais, nunca perceberam a profundidade dos sentimentos que comp...