Embaralhados

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Na sala de estar da casa do Erick, estávamos eu, Milena, Victor e os pais dele, conversando e rindo, decidindo o que fazer para animar a noite. Depois de alguns minutos, alguém sugeriu uma partida de baralho, e a ideia logo ganhou o apoio de todos.

— Vai ser divertido! — exclamou Milena, animada. — Só espero que ninguém brigue, hein?

— Quem briga jogando baralho? — Victor riu, me lançando um olhar provocador.

Eu apenas revirei os olhos, rindo. Sabia que eles não iam perder a chance de brincar sobre o quanto fico competitiva.

Começamos a nos ajeitar ao redor da mesa, mas, quando puxamos as cadeiras, percebi que faltava um lugar para mim.

— Ei, tem espaço pra mim? — perguntei, olhando ao redor com um sorriso meio tímido.

Milena, sempre cheia de ideias, logo apontou para Erick e disse, com um sorriso sugestivo:

— Ah, senta no colo do Erick, ué! Ele não se importa, né, Erick?

Eu e Erick trocamos um olhar rápido, um pouco desconcertados. Ele hesitou, mas o sorriso divertido de Milena me desafiava. Tentando disfarçar a timidez, Erick deu de ombros e bateu de leve nas pernas.

— Prometo que não reclamo — disse ele, com um sorriso casual.

Eu ri, meio envergonhada, mas acabei cedendo. Me aproximei e, cuidadosamente, sentei no colo dele. Ele ajeitou os braços ao meu redor, tentando nos deixar confortáveis. Por um momento, todos pareceram prender a respiração, esperando alguma reação inesperada. Mas Erick apenas sorriu de lado, enquanto eu tentava manter a naturalidade.

— Então... vamos ao jogo? — disfarcei, tentando controlar o embaraço.

Com o jogo em andamento, comecei a relaxar, e logo estava totalmente envolvida na competição, esquecendo da posição em que estava. Erick, por sua vez, fazia pequenos comentários irônicos sobre minhas jogadas, o que me fazia revirar os olhos e dar risadinhas.

— Se perder, é porque o Erick te desconcentrou — brincou Milena, colocando mais lenha na fogueira.

Eu me virei para Erick, que me olhava com um sorriso provocador.

— Está tentando me sabotar? — perguntei, cruzando os braços de brincadeira.

— Eu nunca faria isso — ele respondeu, com uma expressão inocente que não convencia ninguém.

A noite seguiu cheia de risadas e provocações, e, por mais que eu tentasse me concentrar no jogo, em alguns momentos, meu coração batia mais forte, especialmente quando Erick ajeitava os braços ao meu redor ou sussurrava algo engraçado no meu ouvido.

Quando o jogo terminou, me levantei e notei o olhar divertido de Milena.

— Vocês são adoráveis juntos, sabiam? — ela disse, piscando para nós dois.

Fiquei sem palavras, sentindo meu rosto corar, mas, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Erick me puxou para mais perto e sussurrou:

— Talvez a gente deva agradecer a falta de cadeiras mais vezes.

Eu dei uma risada baixa, tentando disfarçar o quanto a provocação de Erick me afetava, mas era impossível não corar.

O despertar do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora