O despertar do amor

Lembranças

  9h00 am

       Acordei com uma dor de cabeça,fui até a cozinha pegar um remédio e encontrei a mesa arrumada para o café, fiquei pensando quem estaria aqui essas horas.

Me sentei na mesa tentando lembrar o que teria acontecido ontem,e por qual motivo eu estou usando esse pijama.

Escutei passos atrás de mim,me virei e la estava Erick.

—O que você veio fazer essa hora?

Ele me olhou confuso como se eu estivesse em outro planeta.

—A gente dormiu junto,ele respondeu rápido se sentando ao meu lado.

Quase engasguei com o café.

—Para de graça.Falei duvidando.

—É sério,ele fala sem sorrir.

—Por que eu não me lembro disso?

—Porque estava bêbada.

—Tem certeza que estamos falando de mim?Por que eu não dormiria com você nem bêbada,você sabe melhores ami..

—Não dormem juntos,eu sei mas você não é a mesma pessoa quando está bêbada,você diz e faz coisas que jamais faria.

—Eu falei muita besteira?Perguntei com receio.

—Não,mas quase dormiu com o cabelo molhado.

         Eu revirei os olhos, tentando ignorar a imagem que ele estava pintando. A ideia de ter dormido ao lado dele me deixava inquieta.

— Ok, mas isso não significa que a gente, sei lá, "dormiu junto" de verdade — eu disse, tentando desviar do assunto.

Erick deu uma risada baixa, como se estivesse se divertindo com minha indignação.

— Vamos lá, Ayla. Você se atirou na cama e eu só te cobri. Não tem nada de mais.

Não sei o porque mas senti que ele estava mentindo,por mais que estivesse sério.

— Então, só isso? — perguntei, cruzando os braços. A incredulidade na minha voz era inegável.

— Só isso. A não ser que você considere "dormir junto" algo mais profundo — ele disse, me olhando de lado, como se estivesse avaliando a minha reação.

Eu suspirei, tentando me lembrar da noite anterior, mas a confusão só aumentava. A ideia de que eu poderia ter revelado mais do que devia me deixava nervosa.

— Se você me dissesse que eu fiz alguma coisa ridícula, eu não ia conseguir olhar na sua cara de novo — confessei, baixando o olhar.

— Não foi nada disso. Você só ficou mais... desinibida. — Ele parecia divertido, e isso me irritava um pouco.

— Legal, só preciso ter cuidado com o que bebo na próxima vez. Não quero que você tenha mais histórias para contar sobre mim — respondi, forçando um sorriso.

— Ah, mas eu gosto de histórias — ele disse, dando um leve toque no meu braço.

Aquilo me fez sentir um frio na barriga. Em vez de responder, apenas virei meu café, tentando ignorar a crescente tensão entre nós.