O sol se punha lentamente no horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa, enquanto me preparava para sair. A festa que estava prestes a acontecer era um evento que unia amigos e familiares, mas para mim, representava também um campo de batalha emocional. O falso relacionamento que decidi entrar com Erick me deixava em uma montanha-russa de sentimentos, principalmente porque estávamos, na verdade, nos envolvendo cada vez mais.
Erick, por outro lado, tentava manter uma fachada tranquila. Eu o via ajeitar-se no sofá, assistindo-me escolher o que vestir, seus olhos fixos em cada movimento meu. O vestido que escolhi era despojado, mas a maneira como caía em meu corpo o fazia parecer mais atraente do que eu gostaria de admitir. Ele rapidamente desviou o olhar, e percebi a tensão em sua expressão. “É só um jogo”, pensei. Mas o ciúme começou a se infiltrar em sua mente, como uma sombra que ele não conseguia ignorar.
— Você vai se encontrar com quem hoje? — ele perguntou, tentando soar casual.
— Ah, não sei, talvez apenas alguns amigos, quem sabe. — Respondi, me olhando no espelho, ajustando o cabelo. — Você sabe como é, né?
— Humm... Claro. — Ele franziu o cenho. — Mas é um encontro, certo?
— Não, Erick, é só uma reunião de amigos. Não precisa ser tão dramático. — Ri, mas havia algo em sua expressão que me incomodava.
— Dramático? — Ele repetiu, a voz saindo mais alta do que pretendia. — Não é dramático, só estou dizendo que você deveria me avisar se for se encontrar com alguém.
Virei-me para ele, surpresa e com uma pitada de diversão. — Você está com ciúmes?
— Não! — Ele respondeu rapidamente, mas logo percebi que sua resposta soava defensiva. — É apenas... eu me preocupo com você. Você sabe disso.
Sorri, um sorriso travesso que me deixava ainda mais irresistível. — Claro, você se preocupa. Mas não precisa. É só um encontro com amigos, eu prometo.
A conversa se desenrolou, mas as palavras foram apenas uma cortina que escondia a inquietação crescente de Erick. À medida que a noite se aproximava, ele não conseguia afastar a ideia de que eu poderia estar me divertindo demais com alguém que não era ele. Essa ideia o consumia, e eu sentia que ele estava se sentindo impotente.
Quando finalmente chegamos ao local da festa, a música pulsava e as luzes dançavam, criando uma atmosfera vibrante. Notei que Erick estava me observando enquanto eu me afastava dele para cumprimentar alguns amigos. Meu coração disparou quando um dos caras me puxou para dançar.
Eu estava rindo, meus olhos brilhando com alegria, mas percebi um fogo dentro dele que não podia ser ignorado. Decidi que tinha que fazer algo.
— Ei! — Erick se aproximou, interrompendo a dança. — Posso pegar um drink para você?
Olhei para ele, surpresa, mas logo sorri. — Claro, você é um ótimo garçom.
— O que você está fazendo com ele? — Ele não conseguiu conter o impulso e perguntou, a tensão em sua voz era visível.
— Dançando! — Respondi, rindo levemente. — É só isso, Erick.
Mas para ele, não era “só isso”. Ele se forçou a se acalmar, mas o ciúme borbulhava dentro dele, criando um tumulto que ele não sabia como controlar. Minhas risadas, a forma como estava me divertindo, tudo parecia um lembrete de que eu não era só dele, mesmo nesse jogo que havíamos inventado.
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O despertar do amor
RomanceDesde a infância, Ayla e Erick mantiveram uma amizade marcada por travessuras e implicâncias. Quando tinham 18 anos, um vínculo especial surgiu entre eles, mas, ocupados com questões pessoais, nunca perceberam a profundidade dos sentimentos que comp...