Capítulo 24

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"Muito comovente. Você acha que eles vão cair nessa?" "Não existe lei contra casar com alguém se você corre o risco de ser deportado. O que é ilegal é casar com alguém porque você corre o risco de ser deportado. Tudo bem eles suspeitarem que talvez apressamos as coisas por causa da minha situação, contando que não possam provar que essa foi a única razão pela qual nos casamos." "Isso parece muito suspeito, só pra você saber. 

 Se trabalhasse para o INS, eu mesma levaria você para o outro lado da fronteira." "Aprecio muito seu voto de confiança," ela disse secamente, virando a página do bloquinho. "Mas como falei, tenho ajuda interna. Tenho que passar pelas formalidades, e não posso tropeçar enquanto faço isso. Eles ainda vão abrir uma exceção especial para mim. 

Normalmente, precisaria ter dois anos de casado antes de poder solicitar um visto permanente, mas eles reduziram para um só." "Ainda bem," falei em voz alta, sem pensar. Ela levantou uma sobrancelha para mim. "Sei que você não tem como saber disso, mas prometo que se casar comigo não vai ser um verdadeiro pesadelo." 

 Podia sentir meu rosto ficando muito vermelho. "Eu sei," falei, rapidamente. "Não quis dizer isso... só que, você sabe, é um ano da minha vida. Isso é assustador o suficiente de se pensar." "Relaxa. Estou só te provocando." Ela olhou de volta para o bloquinho. "Precisamos escolher uma posição sexual favorita." Encarei-o. 

"Isso foi um comentário ou uma pergunta?" "Apenas escolha uma," ela disse, ainda olhando para o papel. "Ah, tá bom," falei. "De quatro? Tem tipo... um termo científico pra isso? Ou com mais classe?" "Acho que não," ela murmurou, rabiscando alguma coisa. 

 "Espero que você esteja realmente escrevendo 'de quatro' então," falei, desejando parar de ficar extremamente vermelha, mesmo que não parecesse haver qualquer perigo iminente de que ela fosse olhar para cima. Eu estava errada – ela então olhou para mim, franzindo as sobrancelhas. "Eu não estou escrevendo nada disso," ela disse, rispidamente. 

"E você também não vai." "Jesus." Levantei as mãos. "Você está vendo eu anotar alguma coisa?" "Desculpe." Ela brincou com a própria caneta por um momento. 

"É que... eu não consigo nem enfatizar como é importante que não tenhamos qualquer registro anotado de nada disso. Estou anotando coisas que me irão ajudar a lembrar o que decidimos aqui, mas ninguém mais seria capaz de interpretá-las. 

Mesmo assim, não deixarei que este caderno saia da minha vista." "Eu sei," respondi. "Acredite, eu não quero terminar na cadeia por conspiração criminosa." Ela riu. "Alguém andou pesquisando." "Só queria saber qual era a pior coisa que poderia acontecer. É reconfortante." "Não vamos criar problemas. 

Não vai chegar a esse ponto se formos cuidadosas." Ela limpou a garganta. "Tudo bem. Eles costumam perguntar bastante sobre o tipo de contraceptivo que usamos, você usa alguma coisa que eu deveria saber?" Fiz que não. Nenhum de meus relacionamentos anteriores durou o suficiente para eu pensar em usar algo a longo prazo. 

 "Camisinha, então," ela falou. "De que tipo?" Achei engraçado. "Que tipo de camisinha?" "É exatamente este tipo de detalhe que eles vão perguntar," ela disse, pacientemente. "Simples de responder se você estiver sendo honesta, mas muito difícil se você estiver mentindo." "Tudo bem. Não me importo. Pode ser do tipo que você normalmente usa."

 Ela hesitou. "Talvez fosse melhor dizer que estamos planejando em ter filhos o quanto antes." "Você não acha que já está exagerando? 

(continuar)

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