Capítulo dezessete

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Eu precisava admitir que o restaurante era encantador. E eu nem tinha entrado ainda. Eles tinham uma varanda bem grande onde os casais sentavam-se em balanços e cadeiras de jardim, conversando, rindo e bebendo vinho. Um cordão de luzinhas brilhava como vaga-lumes por toda a borda do telhado. Ao lado, havia um jardim exuberante e, conforme me aproximei para poder ver melhor, lauren saiu de trás da treliça coberta de heras. "camila" ela disse, calorosamente, vindo até mim e pegando minha mão.

Ela a segurou por um instante e tive a estranha sensação de que ela iria colocá-la em seus lábios. Em vez disso, ela simplesmente a apertou levemente antes de soltá-la. "A propósito, este vestido é estonteante." "Oi," falei. "Este, ahn... 

este lugar é muito bonito." "É legalzinho, né?" Essa não era exatamente a palavra que eu escolheria para um lugar tão caro, mas eu apenas concordei e sorri. Havia uma mesa reservada para nós lá dentro, cercada por velas reluzentes e plantas que pareciam estar saindo do chão. Olhando mais de perto, percebia-se que elas estavam em vasos quadrados, construídos para ficar no mesmo nível. No centro da sala de jantar, havia um enorme tronco de árvore; o restaurante parecia ter sido construído ao seu redor. 

 "Você parece surpresa," lauren disse sorrindo. "Eu não esperava que fosse assim," falei. "Não sei o que eu estava esperando." "Não suporto restaurantes abafados," ela disse. "Até onde eu sei, não adianta um lugar ser 'bonito' se você não se sentir confortável enquanto estiver lá." Nossa reserva era para o menu degustação – é claro – o que, na verdade, era um alívio. Pelo menos eu não teria que tentar escolher o prato que me faria parecer menos como alguém que não pertencia aquele lugar. Mas conforme o tempo passou, eu ficava cada vez menos preocupada em parecer um peixe fora d'água. Enquanto o garçom tirava nosso terceiro conjunto de pratos, cada um com um minúsculo filé de costela Angus sobre uma camada de batatas assadas e cebolas marinadas em vinho tinto, eu já estava falando e rindo à vontade. Estava terminando minha segunda taça de vinho e começando a sentir a agradável sensação inebriante. Devagar, mas certamente, eu estava ficando menos atenta a todos na sala, exceto a mim e a lauren  "Você não precisava me trazer aqui, sabia?"

 ouvi-me falar sem pensar no meio de uma conversa que nada tinha a ver com isso. Ai, meu Deus. Por que raios eu deixei aquelas palavras escaparem? Não era nada disso o que eu queria dizer. Mas lauren apenas riu. Percebi que ela estava começando a se sentir da mesma forma; seus olhos estavam mais brilhantes, suas bochechas estavam mais vermelhas do que eu já tinha visto. Mesmo na luz baixa, sua transformação de mulher de negócios para apenas mulher era bastante perceptível. "Sabia," ela respondeu, tranquilamente. 

 "Não, quero dizer..." inclinei-me sobre a mesa, diminuindo um pouco o tom de voz intencionalmente. "Poderíamos apenas ter dito que saímos." "Acredite em mim," lauren contestou, seu rosto ficando sério de novo. "Nos círculos que eu frequento, é melhor ter algo para endossar o que você diz com o máximo de fatos possíveis. Os funcionários daqui todos conhecem as mesmas pessoas que eu; todos vêm aqui no primeiro encontro. 

 Sermos vistos juntas aqui esta noite, irá provar minha história." Ela sorriu, repentinamente. "E vamos ser vistos nos divertindo bastante, concorda?" 

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