Capítulo 26

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Ela balançou a cabeça. "Você precisa parar de pensar nesses termos. Sei que é... sei que é difícil. A natureza do que estamos fazendo é tão, tão ahn...

 se eu achasse que tinha outro jeito, acredite, eu faria. Mas não conseguiremos nos passar por um verdadeiro casal se não vivermos com um. E por causa disso, acho que as coisas tendem a ficar... 

confusas." Ela estava esforçando-se para encontrar as palavras certas. "É como conversamos anteriormente," falei. "Sobre não deixarmos as coisas ficarem muito pessoais." Ela lançou-me um sorriso cansado. "O que não é mesmo possível, é? Acho que estamos aprendendo isso." "Ei, eu acredito em nós duas."

 Coloquei minha mão em seu ombro, e senti seus músculos tensionarem-se sob ela. O gesto surpreendeu até a mim, mas ao mesmo tempo, pareceu certo. "Conseguiremos ser tão impessoais e robóticos possível enquanto fingimos estar loucamente apaixonadas." lauren riu e tirei minha mão devagar. 

 "Tenho certeza que sairemos disso intactas," falei. "Provavelmente não vamos nos matar. Ei, talvez até continuemos amigas." Não tive a intenção de que isso soasse tão sincero. Ela desviou o olhar, um sorriso surgindo em seus lábios. 

"Por que raios você iria querer ser minha amiga?" A pergunta foi dirigida mais a ela mesmo do que a mim, mas eu não poderia ignorá-la. "O que você quer dizer com isso?" Cutuquei, empurrando-o gentilmente com o ombro. 

 Normalmente eu não tinha todo esse contato físico com pessoas quase estranhas, mas a essa altura, percebi que poderia muito bem acostumar-me a tocá-la. Ela ainda estava olhando para o tapete. "camila, se você algum dia precisar de um favor, claro que eu vou ajudá-la. Eu não espero que você me ligue no meu aniversário por causa disso." Não sabia o que dizer. Este era um lado dela que eu jamais esperava ver. Não é à toa que ela ficou tão chateada com o que eu falei na sala de estar.

 Havia realmente uma parte dela que via a conta bancária como sua única vantagem como pessoa. "Não seja ridícula," foi o que finalmente consegui dizer. Não era o ideal, mas tinha que servir. De repente, fiquei extremamente consciente da eletricidade que crepitava no espaço entre nós. Estávamos sentados numa cama. Seria fácil – muito fácil – simplesmente inclinar-me sobre ela e pressionar meus lábios sobre os dela, e eu tinha quase certeza de que ela não iria resistir a mim. Eu poderia ter o que quisesse, se tivesse coragem de ir atrás. Mas e se ela resistisse? 

 E se ela se afastasse, dizendo não, não, camila. Não acho que isso seja uma boa ideia. Porque não era. Mas uma parte de mim sempre acreditaria que tinha sido porque eu não era boa o suficiente para ela. Meu ego era muito frágil. Eu não poderia arriscá-lo. Mas e se ela não resistisse? Eu poderia pressioná-la sobre a roupa de cama macia, ridiculamente luxuosa e é aí que ela iria resistir, mas não porque ela não me queria.

 Não, ela gostava de estar no controle. Sobre isso, eu tinha certeza. Ela iria virar-me e segurar-me pelos pulsos, rugindo em meus ouvidos, mas quando levantasse o corpo sobre mim, eu veria o sorriso malicioso em seu rosto. Ela me beijaria até esquecer que estava segurando meus braços e então os soltaria, suas mãos percorrendo todo o meu corpo, deslizando por baixo do leve tecido da minha blusa e pressionando meus seios.

 Eu então levantaria meus braços para ela, obedientemente, sentindo sua forte contração sobre minha coxa. Ela tiraria a blusa sobre minha cabeça e a jogaria para o lado. Eu morderia os lábios. Meus mamilos ficariam tão duros que ele seria capaz de dizer o quanto eu o queria, mesmo através do tecido do sutiã. Seus lábios desceriam pelo meu pescoço, sua respiração quente causando pequenos arrepios pela extensão da minha pele nua... 

 Voltei à realidade em um instante. Estava olhando para ela, com a boca levemente aberta.  

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