Amanda, uma carioca de alma livre, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando descobre que sua mãe vai se casar com seu padrasto italiano e a leva para uma nova vida na encantadora Florença. Longe do sol e das praias do Rio, ela precisa se adapta...
Entrei no banheiro, ainda tentando acalmar os pensamentos depois de tudo que tinha acontecido com Nicolo e Andreia. Fechei a porta da cabine e respirei fundo. A última coisa que eu precisava agora era mais drama.
Enquanto estava ali, ouvi o som de passos entrando no banheiro e, em seguida, a voz inconfundível de Valentina. Suspirei, já esperando alguma coisa.
— Ele mudou completamente desde que aquela favelada entrou na escola — Valentina disse, irritada. Pude ouvir o som do batom sendo fechado. — Nicolo não era assim antes.
Revirei os olhos atrás da porta. Claro que ela estava falando de mim. Não pude evitar de escutar a conversa, principalmente com a raiva evidente na voz dela. Fiquei ali, ouvindo, tentando manter a calma.
— Relaxa, Valentina — uma outra garota disse, tentando acalmá-la. — Aquela garota nem faz o tipo dele.
— Isso não importa! — Valentina respondeu, exasperada. — Eu pedi para ele usar aquela gravata azul bebê que eu comprei, para combinar com o meu vestido, e ele simplesmente ignorou! Ele nunca me ignorava assim antes... — Ela fez uma pausa, como se estivesse à beira de explodir. — E pra piorar, ele foi embora sem mim!
Meu sangue começou a ferver, mas me forcei a respirar fundo. Elas continuaram falando de mim, como se eu fosse algum tipo de invasora indesejada no mundo delas. Minhas mãos estavam cerradas em punhos, mas me controlei. Respirei fundo e decidi que já tinha ouvido o suficiente.
Abri a porta da cabine com um empurrão firme, o som ecoando no banheiro, e Valentina e sua amiga se calaram no mesmo instante. Os olhos delas se arregalaram de surpresa ao me verem sair dali. O silêncio no ar era quase palpável. Elas não esperavam que eu estivesse ali, escutando tudo.
Caminhei até a pia com passos controlados, tentando manter a expressão neutra, enquanto as duas me observavam. O desconforto era claro no rosto delas, mas não fiz questão de esconder o meu desdém.
— Não parem a conversa só porque eu cheguei — disse em um tom calmo, mas cheio de veneno, enquanto lavava as mãos. O silêncio delas só tornava tudo mais satisfatório.
Enxuguei minhas mãos devagar, observando-as pelo reflexo do espelho, antes de virar as costas e sair do banheiro. Não havia mais nada a dizer. Elas já tinham dito tudo.
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No dia seguinte, a escola estava um pouco mais silenciosa que o normal. Muitos alunos pareciam estar de ressaca, e eu não consegui evitar uma risadinha ao passar por alguns deles no corredor, agradecendo mentalmente por não ter bebido tanto na noite anterior. Pelo menos minha cabeça não estava explodindo como a deles.
Ao entrar na sala, percebi que algumas pessoas já tinham chegado. Estava um pouco atrasada, mas nada tão grave. Vi Chiara sentada no lugar de sempre, mexendo no celular. Roberta, no entanto, não estava lá. Sentei ao lado de Chiara e perguntei sobre ela.