CAPÍTULO 28 - LUTA

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O silêncio que seguiu as palavras de Smith foi ensurdecedor. O peso da revelação parecia puxar o ar para fora do ambiente. Senti a mão de Jenna alcançar a minha novamente, apertando com força.

- O que quer dizer com isso? - perguntei, tentando manter a calma, embora meu coração estivesse em disparada.

- Não é coincidência vocês estarem aqui. Alguém está manipulando isso. O celular ser encontrado por vocês, o sinal vir daqui... - ele fez uma pausa, como se medisse suas palavras. - É possível que Claire tenha tentado avisá-las. Ou pior, que estejam sendo usadas como iscas.

Minhas costas se encostaram à parede. Usei a textura da madeira para me estabilizar.

- E você? Como nos encontrou tão rápido? - perguntei com frieza, a suspeita crescendo. Não era comum um detetive aparecer no meio de um chalé afastado com tanta precisão.

- Recebi a localização do sinal pela manhã. Vim direto para cá. - Smith respondeu, mas algo em seu tom soava hesitante.

Fiz uma careta. O tom dele não me convenceu.

- Jenna, vá para o quarto. Tranque-se lá. - Disse baixinho, mas com firmeza.

Ela hesitou, mas com um leve toque no meu braço, assentiu e foi.

Assim que ouvi o som da porta do quarto se fechar, respirei fundo e me aproximei de Smith. Eu não precisava enxergar para sentir a tensão em seu corpo.

- Agora, detetive... - comecei, deixando minha voz transparecer a ironia que vinha com meu nervosismo. - Você está sendo sincero? Ou tem algo que está escondendo também?

Ele bufou, exasperado.

Julia, eu estou aqui para ajudar vocês. Não vire isso contra mim.

- Não sei se posso confiar em você. - respondi, cruzando os braços. - Nada disso faz sentido. Como alguém pode saber onde estaríamos? E por que enviar você para cá tão rápido? Claire é sua prioridade ou estamos lidando com um jogo que você também não entende?

O silêncio dele foi resposta o suficiente.

Apoiei uma mão na mesa próxima, tentando processar tudo. O celular, o sinal, a presença de Smith... Claire sabia algo. Algo grande. E quem quer que estivesse por trás disso sabia o suficiente para jogar conosco.

Antes que eu pudesse dizer algo, sinto ele agarrar com força meu pescoço me impressando na parede da sala.

- Sua vaca! Você matou a minha filha.

A pressão no meu pescoço era esmagadora, e minha mente entrou em alerta máximo. Meu instinto tomou conta. Usei meus braços para tentar empurrar Smith, mas ele era forte, e o elemento surpresa estava a seu favor.

- Eu não sei do que você está falando! - consegui dizer com dificuldade, minha voz saindo arranhada enquanto lutava para respirar.

Ele empurrou mais forte, sua respiração ofegante perto do meu rosto.

- Não minta para mim! Claire morreu por sua causa!

- Era ela que queria me atacar, seu maluco! - minha mão, que antes tentava afastá-lo, subiu para o rosto dele. Meus dedos tatearam rapidamente, encontrando o espaço entre o maxilar e o ouvido. Sem pensar duas vezes, pressionei com força o ponto sensível ali.

Ele grunhiu de dor e afrouxou o aperto por um segundo, o suficiente para que eu me inclinasse para frente e desse uma joelhada em sua perna, desequilibrando-o. Com isso, consegui me soltar e tropecei para trás, sentindo o chão de madeira fria sob meus pés.

- Jenna! Fique no quarto! Não saia! - gritei, minha voz ecoando pelo chalé.

Smith recuperou o equilíbrio rapidamente e avançou novamente. O som de seus passos pesados foi suficiente para que eu calculasse sua posição. Me abaixei no último segundo, rolando para o lado, e ele bateu contra a parede com força.

AMOR EM CORES VIVAS - JENNA ORTEGA / GP!Onde histórias criam vida. Descubra agora