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Madelyn Lewis

Minha cabeça latejava. A dor era um martelo, batendo no mesmo lugar sem parar, e cada batida me puxava mais para a realidade. Aos poucos, comecei a abrir os olhos, mas tudo estava embaçado. Era frio... um frio que entrava nos ossos, tão intenso que meus músculos estavam rígidos. Eu estava encolhida, e o gelo do chão parecia atravessar minha roupa, que era a mesma da balada.

Tentei mover minhas mãos, mas algo as impedia. Só então percebi que estavam amarradas. Meus pés também. Meus braços... presos atrás das costas, com a corda áspera cortando minha pele cada vez que me mexia. A claustrofobia começou a se instalar, e eu sentia o pânico borbulhando dentro de mim, crescendo, ameaçando explodir. Tentei me soltar, mas as amarras só apertavam mais. Meus movimentos eram inúteis.

Eu respirava rápido, desesperada, tentando entender onde estava, mas tudo que eu via eram sombras, formas indefinidas. O frio não parava, cortante e cruel, me roubando qualquer traço de conforto, de calor. Cada tentativa de me soltar parecia me prender ainda mais.

Olho ao redor mas não vejo nada, estava escuro, um escuro assustador.

Minhas mãos doíam, meus pulsos já ardiam com o atrito das cordas, e cada vez que eu puxava, parecia que meus pulsos estavam sendo cortados lentamente. Minha mente girava, entre a dor de cabeça e o pânico, tentando desesperadamente encontrar alguma lógica, alguma saída.

- Calma... preciso manter a calma. - eu sussurrei, mas minha própria voz parecia fraca e perdida. O ar gelado fazia meus lábios racharem, e eu sentia o gosto de sangue enquanto tentava controlar a respiração. Eu estava sozinha, em algum lugar desconhecido, e a escuridão ao redor não me dava respostas.

"Quem fez isso? Por quê? Como isso aconteceu?" Penso. Lembrava vagamente da balada, da música pulsando, das danças... e então aquele homem. O homem encapuzado, com o sorriso cruel. Ele estava lá, não estava? Ou será que eu estava imaginando? Minha memória estava confusa, fragmentada, como um quebra-cabeça desmontado. Eu me lembrava do pano cobrindo meu rosto, o cheiro estranho... e depois, apenas escuridão.

Minha visão começou a clarear, o suficiente para perceber as paredes ao meu redor, eram de concreto bruto, sem janelas, sem qualquer sinal de saída. Um lugar gelado, sombrio, que parecia mais uma prisão do que qualquer outra coisa.

A frustração crescia, e junto com ela, o medo. Eu não podia deixar o medo me dominar... mesmo que estivesse à beira de entrar em pânico, eu sabia que precisava me concentrar, precisava pensar.

"Alguém vai notar minha ausência," pensei, tentando me convencer. "Nessa, Avani... Vinnie, eles vão perceber."

O frio era muito, o vendo gelada batendo em meu corpo, "onde estou? Por que aqui é tão frio?", tento me encolher ainda. Mais no conto da parede tentando me esquentar, o que parecia inútil.

Eu sentia o vestido de brilho em meu corpo, o mesmo vestido que eu estava na balada, curto, com a alça fina e justo no corpo, eu estava me tremendo, não só de medo mas de frio também.

Meu peito apertava, e meu coração batia tão forte que parecia ecoar naquele lugar silencioso. Fechei os olhos, tentando bloquear o medo e o frio.

Tentei imaginar as palavras que Vinnie usaria. Talvez ele dissesse para eu ficar calma e usar a cabeça. “Você é mais forte do que pensa, Madelyn,” eu podia quase ouvir sua voz, firme e confiante, como se ele estivesse ao meu lado. A lembrança me deu um fio de coragem.

Desejo Mortal - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora