Desejo Mortal - Vinnie Hacker

19.

Vinnie Hacker

Ela está mentindo.

- É lindo demais... Obrigada. - Madelyn fala sorrindo levemente

- Espero que não precise usar. - Digo sem pensar. Eu realmente espero que ela não venha precisar usar aquele canivete, não a quero em... Em perigo.

Ela me olha, um olhar que eu não consigo explicar, talvez... Gratidão? Eu me viro para ela voltando para a poltrona bege macia. Ela abre a porta e sai, ouço o ronco do motor de seu carro, não demora muito escuto os pneus cantar.

- Vai rastrear ela né. - Jaden fala sem tirar os olhos do jogo na televisão.

- Óbvio. - Subo as escadas com o livro nas mãos, mas minha cabeça não consegue focar em nada que não seja ela. Madelyn. Ela me deixa louco, sempre me deixou, mas de uns tempos pra cá... eu não consigo mais controlar.

Tudo nela me atrai. A forma como ela mexe no cabelo distraidamente, o jeito que ela sorri tentando esconder o que está sentindo. Droga, até quando ela mente, é adorável.

Sento-me à frente do computador, mas minha mente vaga, perdida nela. Cada vez que penso nela com outro cara, meu sangue ferve. Não suporto a ideia. Aquele sorriso dela... deveria ser só pra mim.

O carro para em um bairro humilde, em frente a uma casa, vejo mais a fundo e olha o número da casa "169", o que ela está fazendo?

Respiro fundo, tentando me controlar. Eu não deveria me sentir assim, mas o que posso fazer? Madelyn faz meu coração acelerar toda vez que está perto. Ela é a primeira pessoa que faz meu autocontrole desaparecer. Não tem como ignorar. E ver o carro dela parado naquele bairro, numa casa que eu não conheço... me faz perder a cabeça.

Poderia estar com alguém agora. Um cara qualquer. A ideia disso me corrói por dentro. Se ela estiver... se estiver transando com alguém, não sei o que sou capaz de fazer.

Olho o localizador por mais alguns segundos, pensando em como confrontá-la. Ela me deixa louco, e pior, acho que ela sabe disso. Só que agora... Eu não vou deixar nenhum idiota chegar perto dela.

Eu a observei desde o início. Madelyn nunca soube o quanto cada movimento dela me hipnotiza. Cada palavra, cada sorriso, era como se ela estivesse destinada a ser minha. Não foi uma questão de escolha. Não para mim. Assim como seu pai, eu sempre a protegi, estive ali nas sombras, observando e garantindo que ninguém chegasse perto demais. Mas de uns anos pra cá eu não estive focado totalmente nela, mas isso não importa, agora eu estou.

Madelyn é minha. Sempre foi. Não importa o que ela ou qualquer um pense. Esse desejo... essa obsessão... Ela pode até tentar fugir disso, mas eu não vou deixar. Ninguém a tocará. Ninguém ousará. E se alguém o fizer... bom, não hesitarei. Ele pagará com a vida. Eu não estou falando por falar. Não sou desses. Ela não tem ideia do que sou capaz de fazer por ela, do que já fiz.

Mas eu sei que ela sente algo também. Já vi nos olhos dela. Mesmo que tente resistir, é como se uma força invisível nos empurrasse, nos aproximasse mais a cada dia. Os beijos... Ela acha que foi um acidente? Não foi. O destino não erra, não com nós dois. Ela vai entender isso, eventualmente. Se tiver que ser à força... então que seja.

Eu estou obcecado? Sim, não vou negar. Mas quem não estaria? Madelyn é... diferente. E qualquer um que tentar se interpor entre nós dois vai conhecer o meu lado que ninguém quer ver. Ela vai ser minha, de uma forma ou de outra. E quem ousar tocar nela, quem ousar ameaçar o que é meu... vai morrer.

Ela fica naquela casa por mais alguns minutos, quando sai seu carro para em uma boate. Reviro os olhos.

- Porra garota. - Falo. - Que merda você está fazendo aí?