32.

27 3 0
                                    

Vinnie Hacker

Madelyn pareceu não estar alí, ela parecia confusa, derrepente notei que seus olhos se reviram e seu corpo amoleceu, rápido eu a segurei antes que ela caísse no chão.

- Aí meu Deus o que aconteceu? - Nessa pergunta.

- Calma, Madelyn está muito machucada e se esforçou demais, agora ela precisa de um médico e de uma boa noite de sono. - Jaden fala tentando acalmar as meninas.

Eu seguro Madelyn e a levo até meu carro, Jordan inclina o banco do passageiro para mim e eu a coloco deitada com cuidado no banco, fecho a porta entro no carro e começo a dirigir.

O carro estava em silêncio, exceto pelo som suave do motor e a respiração de Madelyn, que ainda estava inconsciente no banco ao meu lado. Eu observava seus traços tranquilos, mas não conseguia evitar a sensação de que, por trás da calma, ela carregava um turbilhão de emoções.

Eu sabia que ela se recuperaria, Madelyn era forte, assim como o pai dela sempre foi.

Eu não deveria estar sentindo isso. Não deveria.

Olhei para Madelyn, inconsciente no banco do carro, e meu estômago se revirou. Ela estava tão... frágil. Cada ferida visível, cada marca que ela carregava agora, parecia uma acusação silenciosa contra mim. Não importava quantas missões tivesse cumprido, quantos problemas tivesse resolvido, eu nunca conseguiria me livrar desse peso.

Ela parecia tão pequena ali, com os olhos fechados, a pele pálida, e os cortes em seus braços ainda visíveis sob a luz fraca do carro. Era como se eu tivesse falhado em protegê-la, como se estivesse sempre a empurrando para situações em que ela acabava se machucando.

A culpa se instalou em meu peito, pesado e implacável. Eu sabia que parte disso era minha, que eu deveria ter feito mais, que eu poderia ter tomado decisões diferentes para evitar que ela chegasse nesse ponto.

Era como se uma lâmina cortasse a carne, fria e afiada. E eu não conseguia parar de me culpar.

Minhas mãos, que deveriam estar firmes no volante, estavam trêmulas, e o aperto em meu peito se intensificava. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, sem aviso, sem controle. Eu limpei rapidamente, como se fosse possível apagar essa fraqueza. Não podia. Não podia deixar que ela visse isso. Eu não podia mostrar a ela que eu estava tão fraco, tão vulnerável.

O peso da culpa que eu sentia me sufocava, me esmagava, e por um momento, tudo o que eu queria era poder virar o tempo para trás, voltar e tomar outra decisão. Mas não havia como voltar atrás.

O carro continuou seu caminho, mas a única coisa que eu sentia era o peso de minhas próprias escolhas, e a visão de Madelyn, ferida e perdida, me perseguindo a cada milha que passávamos.

O cheiro do ar frio da noite entrou pela janela aberta do carro. A cidade estava quieta, e eu me perdi por um momento, olhando as ruas vazias, tentando afastar os pensamentos que se acumulavam. O que fazer com tudo isso? Com ela?

- Eu só quero que você fique bem, Madelyn... - murmurei mais uma vez, para mim mesmo, enquanto seguia o caminho de volta para casa.

[...]

O médico se levantou da cama ao lado de Madelyn e veio até mim.

Desejo Mortal - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora