Desejo Mortal - Vinnie Hacker

59.

Madelyn Lewis

Eu nunca pensei que estaria tão nervosa apenas para entrar com uma aliança nas mãos. Mas aqui estou eu. Parada diante da porta de vidro que dá para o jardim onde o casamento vai acontecer, o som de uma música suave se espalhando no ar, as pessoas em silêncio, todos esperando.

Seguro a caixinha com as alianças com mais força do que devia. Meus dedos estão frios. O coração, acelerado. Vinnie está ao meu lado, impecável em um terno escuro, uma expressão serena que parece não se abalar com nada. Ele percebe minha respiração presa e sorri de lado, como se dissesse que já sabia.

- Ei - ele sussurra, inclinando um pouco o rosto até o meu -, você tá linda. Eles vão amar. Só respira...

Eu tento, mas não consigo. Meus olhos encontram os dele e, antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele me beija. Devagar. Profundo. Como se quisesse parar o tempo só por alguns segundos. E funciona. Meu mundo se acalma.

Minhas mãos tremiam. Agora não mais.

Seguro firme no braço dele, e ele segura a caixinha comigo, nossas mãos unidas em um gesto silencioso de apoio. Quando a porta se abre e os olhares se voltam para nós, caminho ao lado de Vinnie com a cabeça erguida e o coração batendo com menos caos.

Eu usava um vestido longo com alguns brilhos na cor da paleta do casamento, azul escuro.

Vejo meu pai à frente, no altar montado sob um arco de flores brancas e luzes douradas. Ele está de terno azul-marinho, os olhos marejados, um sorriso bobo no rosto. E, mesmo de longe, vejo a lágrima escorrer enquanto ele olha para mim. É como se ele estivesse vendo minha infância inteira naquele momento.

Helena está ao lado dele, linda em um vestido leve, rendado, com o cabelo preso delicadamente e um brilho nos olhos que nunca vi antes. Ela também está chorando. Mas sorri com doçura quando me vê.

Eu e Vinnie nos aproximamos devagar. Entregamos a aliança com cuidado, e meu pai segura minha mão por um segundo antes de me puxar para um beijo demorado na testa. Sinto o carinho, a emoção, a gratidão.

- Obrigado, filha - ele sussurra.

Ele aperta a mão de Vinnie com firmeza e um brilho nos olhos, quase como se dissesse "cuida dela". Vinnie só acena com a cabeça, respeitoso, mas firme.

Helena me abraça forte logo em seguida. Me envolve com carinho e emoção, e quando se afasta, aperta a mão de Vinnie com gentileza, sorrindo com os olhos úmidos.

Voltamos e nos sentamos nas cadeiras ao lado do altar, e então... o momento chega.

Meu pai começa os votos. A voz dele falha no início, e ele dá uma risada emocionada, enxugando os olhos enquanto fala sobre amor, sobre recomeços, sobre como Helena mudou a vida dele.

Ela responde com palavras doces, dizendo que o amou desde o primeiro dia em que ele fez café da manhã do jeito errado só pra agradá-la. Todos riem, e depois se emocionam quando ela fala da importância que ele tem na vida dela.

Trocam as alianças. E então se beijam.

O jardim explode em aplausos. Todos se levantam, emocionados. Eu me pego sorrindo de um jeito bobo. Helena e meu pai saem pelo corredor entre os convidados, de mãos dadas e com sorrisos brilhantes, indo em direção ao local da festa.

Eu, Vinnie, Nessa, Avani, Jordan e Jaden vamos logo atrás. Caminhamos juntos, conversando baixo, trocando olhares cúmplices e sorrisos discretos.

Chegamos à mesa reservada para nós e nos sentamos. O clima é leve, acolhedor, quase mágico. As luzes penduradas no jardim balançam com a brisa suave da noite.