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Madelyn Lewis

Los Angeles estava nublada naquele dia. Um vento gelado soprava pelas ruas, como se o próprio tempo quisesse me lembrar que a paz era apenas um disfarce temporário. Eu caminhava sem rumo certo, apenas com minha bolsa no ombro.

Eu vestia um casaco longo de couro na cor marrom, botas pretas e cachecol, hoje, estava realmente muito frio em Los Angeles.

Avistei a linda cafetaria escondida no canto da rua, uma das poucas que ainda mantinha aquele charme antigo, com poltronas de couro, livros empilhados e uma vitrola tocando jazz ao fundo. Eu precisava de silêncio, de calma. E talvez, de alguma distração.

Entrei sentindo o cheiro forte do café, o local estava quentinho, então decisões tirar meu casaco.

Sentei perto da janela, observando as pessoas passarem apressadas lá fora.

Tiro meu netbook de dentro da bolsa e coloco sobre a mesa. Eu precisa resolver os negócios da empresa V.H que estava bombando entre as pessoas.

- Bom dia, com licença, a Sra vai querer algo? - Uma moça bem vestida e com um sorriso simpático no rosto perguntou.

- Sim, vou querer um capuccino e um donuts, por gentileza. - Ela assinou em seu papel.

- Claro, já trago seu pedido. - Ela sai, volto minha atenção para os email na tela.

Mas sou interrompida novamente por um homem. Alto, moreno, barba por fazer e um sorriso... simpático demais pra alguém naquele mundo. Seus olhos eram claros, mas não frios.

- A cadeira tá ocupada? - ele perguntou, apontando pra frente da minha mesa. - Ergui o olhar, surpresa.

- Ainda não. Mas posso reservar se quiser - respondi, sem pensar muito. Foi automático.

Ele riu. Um riso fácil, leve. Como se eu tivesse contado uma boa piada.

- Então acho que vou me sentar antes que você mude de ideia.

- Então, Madelyn, certo? - ele perguntou, tomando um gole do capuccino dele que estava em sua mão. Surpresa, semi cerrei os olhos.

- Como você?... - Ele riu fraco.

- Está escrito no seu netbook. - Ele apontou para a parte de trás, eu verifico e realmente, meu nome está lá, pequeno mas está. Assenti, encostando as costas na cadeira.

- E você é... Noah? - Pergunto.

- E como você?... - Dou uma risada.

- Está escrito no seu café. - Ele verifica olhando o copo com seu nome ali. Ele rio.

- Isso. Nome bíblico - ele disse com um sorriso de canto. - Mas minha mãe jura que foi por causa de um personagem de um filme antigo que ela era apaixonada.

- Aposto que ela diz isso pra parecer mais moderna. - Sorri. Eu não sabia de onde estava tirando paciência pra conversar, mas a verdade é que ele era leve. E leveza era uma raridade.

- Pode apostar. E você, Madelyn... tem cara de nome escolhido com propósito. Tipo… forte, bonito e marcante. - Arqueei uma sobrancelha, desconfiada.

- Está tentando me impressionar? - Ele ergueu as mãos, em defesa.

- Eu? Jamais. Só tô sendo sincero. Mas se impressionar for um efeito colateral, tudo bem pra mim.

Ri baixo. Ele não era insistente, nem invasivo. Só... espontâneo.

- Você trabalha com o quê? - ele perguntou. - Tomei um gole do meu café antes de responder.

Desejo Mortal - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora