Desejo Mortal - Vinnie Hacker

33.

Madelyn Lewis

Acordo sentindo minha cabeça latejar, assim que abro os olhos vejo Vinnie com um sorriso fraco nos rosto, meu coração se aquece e eu percebo... Ao lado dele eu sei que estou protegida.

- Vinnie? - Minha voz falha.

- Eu tô aqui, está tudo bem agora.

Minha mente ainda está um pouco nublada, mas a presença dele ao meu lado é reconfortante. Sinto uma paz estranha, um alívio que não consigo explicar.

Ele se inclina um pouco, segurando minha mão com firmeza, como se quisesse garantir que eu não desapareceria. O calor de sua mão contrasta com o frio que sinto na pele, e percebo que, mesmo depois de tudo o que aconteceu, o simples fato de tê-lo aqui diminui o peso que carrego.

Por um breve instante, esqueço de tudo o que está ao redor e me perco nesse momento. Não importa o que o amanhã trará, porque agora, ao lado dele, sinto como se estivesse exatamente onde deveria estar.

- Me perdoa Madelyn. Me perdoa, eu... Eu devia ter... - Ele começa, eu nunca o vi assim, ele parecia... Desesperado?

- Vinnie não foi sua culpa...

- Eu prometi pra você que eu não iria te deixar em perigo e isso aconteceu.

- Não foi sua culpa. - Ele parecia... Indefeso e é a primeira vez que eu o vejo assim.

Ele leva a mão até a cabeça, incrédulo, triste, irritado.

- Eu não quero saber, não quero perguntar, mas eu preciso...

- Pode perguntar Vinnie.

- Como isso tudo aconteceu? - Ele perguntou finalmente.

Respiro fundo, sentindo meu corpo tremer com as lembranças que começam a vir, borradas, mas intensas.

- Quando meu carro quebrou... Você me viu correndo. Eu menti, na verdade tinha alguém me perseguindo naquele dia. E quando nós aproveitamos o dia da piscina com as meninas... Eu recebi uma mensagem, uma foto minha e em baixo "eu te vejo Madelyn" eu sabia que era o homem que me perseguiu pela foto, que era daquele mesmo dia.

- Por que não me contou?

- Eu ia... Mas eu não sei...

- Precisa confiar mais em mim. Continue

- Eu estava na boate. - Começo, minha voz ainda fraca. - Não lembro de tudo... Eu tinha bebido um pouco demais, mas... eu vi ele.

- Ele quem? - Vinnie pergunta, a tensão evidente em seu tom.

- O homem encapuzado. Logan. - Murmuro, sentindo o arrepio percorrer minha espinha. - Ele estava me observando, sorrindo... E eu sabia que algo estava errado. Então saí correndo, empurrei uma porta e fui para fora.

Vinnie aperta minha mão, os olhos estreitados.

- E depois?

Engulo em seco.

- Achei que estava salva. Lá fora, no silêncio, eu pensei... mas não estava. Ele me pegou por trás. Não tive nem tempo de reagir. Colocou algo no meu rosto, e depois... - Faço uma pausa, tentando afastar as lágrimas que começam a surgir. - Depois, tudo ficou escuro.