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Madelyn Lewis

Entro em casa batendo o pé, subo imediatamente para o meu quarto sem olhar para o homem grande atrás de mim. Abro a porta do meu quarto e entro, sei que não adiantaria trancar a porta, não para Vinnie, então apenas deixo aberta esperando que ele entre e a faça.

Eu estava estressada, nervosa, depois da adrenalina de saudades, minha mente pesou.

Mentiram para mim, me enganaram, disseram lindas palavras... Todas falsas, sem sentimento, apenas enganação. Minhas mãos tremiam levemente e comecei a sentir minha respiração acelerar.

Ouço o barulho da porta se fechar atrás de mim, me viro para Vinnie um pouco distante.

- Meu pai sabia... Não sabia? - Pergunto com medo da resposta. O relógio marcava mais de duas horas da madrugada, mas eu não sentia um pingo de sono.

Vinnie não responde, apenas respira fundo e olha para o chão.

Meu pai sabia. E não me contou.

- Porra. - Minha voz sai fraca mas com uma risada seca e incrédula. - Eu não acredito... Vocês...

- Eu sei, amor, olha... - Vinnie se aproxima tentando segurar meus braços mas eu me afasto.

- Não encosta em mim, eu não entendo, não entendo como vocês... Como podem fazer isso? Não sentiram merda nenhum ao me ver viver outro inferno?

- É claro que sentimos porra, eu muito mais, acha que eu não quis entrar por essa porta várias vezes e te beijar? Ignorar tudo e todos e ficar ao seu lado, dormir com você, te ajudar em tudo o que você precisou? Acha mesmo que eu queria isso, Madelyn? Eu te amo cacete, eu não quero seu mal, eu estava tentando te proteger, ou você acha que iam afetar apenas eu quando eles viessem atrás de mim? Eles iam te machucar também porra como da última vez! Eu não queria te buscar de novo com mais de cinquenta homens atirando pra todo lado e vendo você no chão frio machucada... - Ele faz uma pausa como se estivesse lembrando daquele dia horrível. - Eu... Droga Madelyn te ver daquele jeito foi horrível.

Os olhos de Vinnie se enchem de água, minha boca está entreaberta, eu estou incrédula, Vinnie nunca demonstrou tanto... Sentimento. Ele estava prestes a chorar ao falar de mim?

Vejo uma lágrima escorrer no rosto de Vinnie que ele imediatamente limpa e tenta se recompor.

- Eu sei que não foi certo a decisão que eu tomei, mas foi a única decisão que eu sabia que você não correria nenhum risco. Me perdoa amor, eu te amo e você sabe disso...

Eu também o amava, e eu entendia tudo o que ele acabara de falar, mas ainda sim, doía, foi dois anos, dois longos anos que pra mim... Pareceu quatro. Sem Vinnie, eu me acabei no álcool e nas drogas, e alguns dias atrás eu não admitiria, mas estou virando uma viciada, meu corpo grita por droga nesse exato momento.

- Eu... Eu te perdoo Vinnie, mas isso não quer dizer que está tudo bem, foi dois anos sem você, sabe como eu me senti? Foi horrível... - Meus olhos se enchem de água e antes que eu possa controlar elas já escorriam sem parar no meu rosto. - Depois de tudo, eu só queria que você saísse daquele depósito com vida... Chegar em casa cansados, tomar um banho juntos e dormir a tarde inteira, tranquilos, sem nada pra nos atrapalhar. Eu sei que queria me proteger, e estava cuidando para que tudo ficasse bem, eu entendo. Mas... Dói muito, e saber que todos na casa sabiam até meu pai... Acaba comigo.

Vinnie se aproxima, ele segura meu rosto com as duas mãos, seus olhos estão leves e calmos, e seu toque fez com que minhas mãos parecem levemente de tremer.

- Eu sei, sei que você está com um misto de sensações agora, mas eu quero dizer, que foi tudo eu Madelyn, Jaden, Jordan e seu pai, não inventaram nada, não deram ideia de nada, pelo contrário, eles acharam o plano horrível antes de começar a dar certo. Eu tive que apontar uma arma na cabeça de Jordan depois de uma briga que tivemos onde ele ameaçou contar pra você a um ano atrás. Eles te amam, e se importaram muito com você e com seu bem estar, mas eu fui o culpado, eu que não permiti, foi tudo eu, então não os culpe ou algo do tipo, eles estavam apenas seguindo ordens do chefe deles.

Desejo Mortal - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora