Desejo Mortal - Vinnie Hacker

58.

Madelyn Lewis

Vinnie estava no seu escritório... Ou melhor, nosso escritório, já que foi completamente mudado por mim. Eu troquei as estantes, troquei a cor das paredes, os quadros estranhos por uns mais bonitos, troquei a mesa de centro e as cortinas.

Continuava lindo, mas diferente do jeito que Vinnie havia deixado. Eu estava no meu quarto fitando o teto pensando em me levantar e desmentir o que eu falei no carro para Vinnie, era o dia seguinte, e ele ainda não tinha falado comigo, eu se quer sei se ele dormiu ao meu lado essa noite, não o vi.

Respiro fundo, me levanto, saio do quarto e vou em direção ao escritório, chego e bato levemente na porta.

- Entra. - Aquela voz... Nunca me enjoaria daquela voz.

Entro sem olhar pra frente, me viro e fecho a porta. Então me viro para olhar Vinnie, eu sabia que ele já me olhava, pudia sentir, meu corpo reagia perfeitamente ao seu olhar.

- Vinnie... - Falei me virando para ele. - Eu menti. - Fui direta. Ele me olhou um pouco confuso mas com atenção. - Eu não transei com Dylan, nunca. O máximo que chagamos foi um beijo... Um beijo de menos de quatro segundos. - Terminei e esperei que ele falasse alguma coisa, mas ele só me olhou, aquele olhar sério sem expressão.

- Vem me dizer isso agora que ele já está morto? - Ele fala com naturalidade.

- O que?! - Pergunto incrédula. - Você não...

- Ah Madelyn, nunca duvide de algo que eu falo. - Ele sorriu sínico e maníaco.

- Você é louco, está brincando não é? Como?

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, eu estava com os olhos arregalou incrédula com o que ele havia contado, não é possível que ele matou Dylan, não é...

- Relaxa, eu não o matei... Ainda. - Ele deu de ombros e seus olhos foram para o computador.

Suspirei aliviada.

- Não machuca ele, ele não é uma pessoa ruim, ele é bom Vinnie, apenas o deixe em paz viver a própria vida.

- E por que se importa tanto com aquele merda?

- Não é isso, é que ele não é alguém ruim, só isso. - Falei me sentando na cadeira de frente para Vinnie.

- Gosta dele?

- O que?

- Gosta dele Madelyn? Sente atração por ele? Ontem... Você iria aceitar aquele pedido de namoro?

- O que? Não, eu não ia aceitar, eu gaguejei pra responder por que fiquei incrédula com a rapidez dele com aquilo, mas não eu não, sinto nada por ele. - Respondi, ele pareceu aliviado com a minha resposta.

- Eu te amo Madelyn, eu amo você, me perdoa por sumir, me perdoa por te fazer chorar, me perdoa, eu estou aqui agora, e quero que tudo entre nós melhore, quero que tudo fique bem entre a gente, por que eu te amo, muito.

- Eu também te amo muito, você sabe disso. - Falo mechendo nos dedos. Vinnie sorriu se levantou e veio até mim.

Vinnie se aproximou devagar, como se cada passo fosse cuidadosamente calculado. Seu olhar permanecia fixo no meu, e só aquele olhar já fazia meu corpo inteiro reagir, eu era incapaz de me manter indiferente a ele, mesmo depois de tudo. Principalmente depois de tudo.

Ele se abaixou na minha frente, ficando na altura dos meus olhos enquanto eu permanecia sentada. Suas mãos seguraram as minhas, interrompendo o movimento nervoso dos meus dedos.

- Eu pensei em você todos os dias, Madelyn. - sua voz saiu baixa, como uma confissão. - Cada maldito dia que fiquei longe. Você nunca saiu da minha cabeça, nem um segundo. E descobrir que alguém te tocou, que outro homem chegou perto de você... me destruiu.