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Madelyn Lewis

- Merda! - Xingo batendo no volante do carro.

Esse carro tem anos de uso e nunca foi levado em uma mecânica nem mesmo para apenas ver se está tudo certo. Ele não estava ligando.

Estou atrasada para o trabalho, a essas horas, Nessa já deve ter entrado no trabalho, Avani deve estar dormindo, e quando ela dorme nem mesmo um terremoto consegue acorda-la quem dirá um toque de celular, ainda mais o dela que é apenas um sininho.

Reviro os olhos, volto para dentro de casa e coloco um tênis branco básico. Terei que ir a pé, e andar 1,6 km de salto não é uma opção. Pego minhas coisas e começo a andar um pouco rápido para não me atrasar, acho que chego em 19 minutos.

Saio de casa e começo a andar. Coloco meus fones de ouvido e caminho ouvindo música, deixo o fone em apenas um orelha, precaução.

Eu já estava na esquina da minha casa, até que eu estava indo rápido, acho que não me atrasaria dessa vez, a luz do sol estava aparecendo, pouco, mas já iluminava a cidade.

Sinto um arrepio subir pela espinha, olho em volta mas não vejo ninguém, continuo meu caminho tentando ignorar a sensação ruim, então ouço um barulho de passos vindo atrás de mim, disfarçadamente viro um pouco a cabeça, não muito longe de mim percebo uma figura encapuzada.

O som alto de um lado do fone, que minutos atrás me ajudava a esquecer o atraso e a frustração com o carro, agora parecia um bloqueio para ouvir qualquer coisa à minha volta. Com o coração acelerado, tirei o único fone em minha orelha esquerda, colando em meu bolso, meu corpo instintivamente entrou em estado de alerta.

Olhei novamente para o homem encapuzado, que ainda estava longe, mas seus passos pareciam firmes em minha direção. Seu rosto estava tampado pelo capuz menos sua boca que abriu um sorriso assustador. Sem pensar duas vezes, me virei e comecei a correr, sentindo o peso da adrenalina impulsionando cada movimento.

Cada passo ecoava no silêncio da manhã, e o som dos meus tênis contra o asfalto era acompanhado por batidas rápidas do coração e a sensação crescente de que o perseguidor estava cada vez mais perto.

Corro. Meu coração está batendo tão rápido que sinto como se pudesse explodir a qualquer momento. Não posso acreditar que isso está acontecendo.

Olho por cima do ombro, e lá está ele, com um sorriso no rosto, ele não corria tanto quanto eu, mas ainda sim me perseguia de um jeito rapido. Meu instinto grita para correr mais rápido, mas minhas pernas estão começando a pesar. Droga, por que fui esquecer de levar o carro para a mecânica?

Cada esquina parece mais distante do que a anterior. Tento pensar em algum lugar seguro, uma rota de fuga. Será que consigo despistá-lo? Um grito se forma na minha garganta, mas ainda não tenho coragem de soltá-lo.

Sinto o pânico crescendo, me sufocando. Preciso fazer algo.

Então, ouço meu nome sendo gritado. "Madelyn!" Congelo por um segundo, reconhecendo a voz. Vinnie. Ele surge ao meu lado com o seu lindo carro, a expressão dele é de pura confusão.

- Por que está correndo? - Ele pergunta, inclinando-se pela janela. Meu coração ainda martela no peito enquanto tento recuperar o fôlego.

Eu me viro rapidamente, o olhar vasculhando a rua. O encapuzado... cadê ele? O homem simplesmente sumiu. O lugar onde ele estava há poucos segundos agora está vazio, como se eu tivesse imaginado tudo.

- Eu... eu... - Tento explicar, mas minha voz falha. Como dizer que fui perseguida por alguém que agora não existe mais? Dou uma última olhada ao redor, sem acreditar que ele desapareceu assim, e só consigo balançar a cabeça, ainda ofegante.

Desejo Mortal - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora