Prólogo

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Pelo corredor perto da porta, conseguia ouvir a felicidade na voz de papai, tento normalizar minha respiração diante de estar espiando a conversa do meu pai

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Pelo corredor perto da porta, conseguia ouvir a felicidade na voz de papai, tento normalizar minha respiração diante de estar espiando a conversa do meu pai.

— Ótimo, ela servirá. Mantenha-me informado — São poucas as vezes que papai gargalha ou está de bom humor.

— Saia, Apollo — Arregalo meus olhos diante da sua fala, engulo em seco, sendo pego no flagra — Sei que está aí — Fecho meus olhos, criando coragem para encará-lo.

Entro no escritório, sentindo a essência de cigarro com bebida.

— Estava ouvindo atrás da parede? — Abaixo a cabeça, ouvindo seu tom acusatório — Olhe para mim quando estiver conversando com você, garoto — Seu tom grave me faz arrepiar.

— Sim, senhor — Digo firme, sem gaguejar, sabendo que seria pior, ergo minha cabeça, encarando meu pai.

— Sim, o quê? — Meu pai me questiona para testar e saber se vou dizer a verdade.

— Sim, eu estava espiando — Falo a verdade, vendo os olhos negros de papai, sem expressão, bem semelhante aos meus.

— Venha — ele acena com a mão e sigo em sua direção, parando em frente à poltrona — Sua prometida nasceu; ela foi feita para você — O sorriso de papai se alarga — Feita para o meu garoto — Ele sussurra para ele mesmo.

— Senhor, com licença — Filo diz, entrando no cômodo — A senhora Aggelidis o procura. — Filo, nossa governanta, anuncia, e papai suspira olhando para mim.

— Apollo, vai ver sua mãe — manda, sem vontade nenhuma de vê-la.

— Sim, senhor — Saio do escritório, andando até o quarto da minha mãe, abro a porta e entro.

— Apollo — Mamãe dá um meio sorriso com dificuldade pela sua condição.

— Mãe — Me aproximo pela lateral da cama, alisando sua cabeça — Como a senhora está?

— Mal, meu filho — Mamãe tosse, meio à fala.

—  Mas a senhora vai ficar bem, não é?

— Filho — Mamãe diz com pesar, e consigo sentir meus olhos lacrimejarem — Você tem que ser forte — As lágrimas inundam meus olhos, e balanço a cabeça, me negando a acreditar.

— Não, não, mamãe.

— Me escuta — Prendo a respiração, sentindo as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. — Você... tem que ser forte pela sua irmã... precisa cuidar dela — Mamãe diz, com lágrimas nos olhos, e ergo meu olhar para o bercinho da Anastasia.

— Mãe, estou com medo.

— Eu sei, meu amor... Apollo, você é meu menino. Nunca deixe seu pai apagar essa luz que emana em você.

— Papai disse que minha noiva nasceu. — Falo frustrado.

— Sinto muito, meu amor.

— Mamãe, por que eu não posso fazer o que eu quero? Não quero assumir uma máfia — Falo, entendendo muito bem meu destino — Por que não fugimos? — Proponho a mamãe, que chora fungando — Eu não quero ser igual ao meu pai, mãe. Não quero matar pessoas.

Feita para o mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora