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Lentamente, ele se vira, me encarando

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Lentamente, ele se vira, me encarando. O mesmo sobe o olhar para minha arma, que estava apontada em sua direção. Procuro algum vestígio de arrependimento em seu olhar; contudo, era difícil descrever, já que ele parecia até assustado por ter sido pego.

Além de ódio, sentia decepção, porque esse cara que se dizia meu amigo somente nutria um grande ódio por mim. Ele esteve comigo praticamente em todas as fases da minha vida. Aprendemos a viver juntos, compartilhamos segredos e cuidamos um do outro nos nossos piores momentos. Éramos como irmãos, e descobrir sua traição era como perder outra pessoa que eu amava.

Antes que ele diga algo, aperto minha mão em volta da arma, desferindo-lhe um soco certeiro, o que faz seu corpo cair sobre a mesa.

— Apollo — ele chama por meu nome, segurando meus pulsos, e com facilidade me desfaço do seu agarre, grudando minhas mãos em sua camisa e o jogando no chão.

— Seu maldito, infeliz traidor! — Monto por cima do seu corpo, desferindo socos em seu rosto. Encaro o corte na sua bochecha pelo impacto que a arma teve; isso com certeza deixaria uma cicatriz. — Por que me traiu desta maneira? POR QUE? — Grito, não deixando que ele fale, estava cego de ódio. — POR QUE, SEBASTIAN!!

Grito seu nome, vendo que tudo era real. Ele, que se dizia meu amigo, meu melhor amigo, me odiava, e ali passei a odiá-lo.

— Eu posso explicar! — Ele tentava argumentar. Voltei a pegar minha arma, apontando para meu capitão. Segurei com a mão livre sua gola, o trazendo rente ao meu rosto, colocando o cano em sua cabeça.

— Cadê sua coragem agora? — Um sorriso diabólico surgiu em meus lábios. Estava prestes a atirar contra meu amigo de infância, que na verdade era meu meio-irmão louco.

— APOLLO!! — Viro meu rosto, procurando quem havia chamado por meu nome. Encaro meu subchefe ao lado de Jason; eles me fitam com curiosidade, arregalando os olhos para a arma apontada para Sebastian.

Olhando em direção ao meu subchefe e meu conselheiro, recebo um soco de Sebastian pela minha distração. Ele me joga no chão, chutando minha arma para longe.

— ATIREM! — berro, ordenando a Jason e Adônis que atirem contra Sebastian, que estava fugindo.

— Apollo está louco! — Adônis questiona, incrédulo. Com dificuldade, pego minha arma e disparo contra Sebastian, porém ele não é atingido.

— ATIREM, PORRA! ELE É O INIMIGO! — grito, não tendo tempo para encarar suas expressões de surpresa, e corro em direção a Sebastian. Ele se aproxima do carro, conseguindo se desviar do tiro. Vejo-o entrar no veículo, acelerando e saindo do galpão. Corro até o meu carro, que não estava muito longe; com sorte, conseguiria alcançá-lo.

Sigo o carro de Sebastian pela estrada, ultrapassando a velocidade que costumo andar. Não estava preparado para vê-lo ali; não pensava que vê-lo seria tão decepcionante. Lembro-me do salto que meu coração havia dado; logo senti um aperto doloroso que me fez prender o fôlego.

Feita para o mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora