Encaro o teto perdido nos meus pensamentos, como de costume. Olho para o lado, dentro da visão da mulher ao meu lado, que parece dormir em um sono tranquilo, diferente de mim...
Suspiro, jogando a coberta para o lado, me preparando para levantar, quando ouço resmungos.
— Amor, ainda tá cedo. Volta pra cama. — Helena se remexe, resmungando de maneira manhosa.
— Não posso. — Levanto, exibindo meu corpo nu, sentindo os olhos de Helena me queimarem.
— Não tem tempo, nem para me deixar resolver isso. — Dirijo o olhar ao meu pau duro, feito pedra.
— Não. — Digo curto e um tanto grosso, seguindo em direção ao banheiro.
— Quanta grosseria. — Ela grita. — Isso tem algo a ver com seu casamento estar chegando? — Questiona, e não respondo.
Em breve, me casaria com Violetta Barbieri, princesa da máfia Ndrangheta. Meu progenitor ansiava por essa aliança. Eu me casaria com uma garota de 18 anos quando tinha quase trinta. Quando a aliança foi selada, Violetta sequer existia; a garota tinha sido literalmente feita para mim.
Quando tinha 11 anos, Violetta nasceu, e ali soube que não tinha mais como voltar. Apollo nunca desfaria essa aliança para satisfazer minha vontade. Sempre mostrei meu desgosto em relação a esse casamento; era um matrimônio que eu não desejava. Tinha outros sonhos e vontades, assim como também não desejava assumir a cadeira da máfia. Nunca quis seguir os passos de Apollo e era contra a essa vida que as pessoas da máfia levam.
O que chegava a ser hilário, já que assumi tudo e levo a vida que tanto abominava, e me tornei pior que Apollo.
Um dia, depois do nascimento da minha prometida, perdi tudo: perdi minha mãe e minha irmã. A última coisa que eu pensava naquele momento era no meu futuro casamento.
19 anos. Essa foi a idade que a vi pela primeira vez, às escondidas. Violetta tinha 8 anos e passeava pelo shopping com a mãe. Tinha curiosidade em conhecê-la; ela ainda era uma criança tão pequena e indefesa. Violetta era uma garotinha com uma beleza exuberante. Não era à toa que era uma princesa da máfia. Ela tinha uma alegria contagiante, tão ingênua, que não merecia o destino de um casamento arranjado.
A vi com a mesma idade com a qual matei Apollo e, assim, assumi a máfia que, há anos, foi passada de geração para um Aggelidis. Apollo, segundo meu progenitor, nunca deixaria que seu filho não seguisse com essa tradição.
Conforme os anos passaram, Violetta foi crescendo e, com isso, desenvolvendo sua personalidade. Ela era meiga, simpática e tinha uma alegria contagiante. Assim como eu, Violetta tinha alguns interesses; ela amava tudo relacionado à astronomia. Conforme a vigiava de longe, percebia seus gostos.
15 anos de Violetta
Aos vinte e seis anos, em uma noite estrelada, na escuridão da noite, observei Violetta com seu telescópio. Ela estava na entrada do internato na Suíça, apreciando as estrelas. Sorrateiramente, me aproximei sem que ela percebesse. Violetta seguia tão atenta, olhando através do telescópio, que não percebeu minha presença.
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Feita para o mafioso
RomanceAPOLLO AGGELIDIS: um homem com um passado doloroso, é conhecido por ser um monstro cruel que assassinou sua própria família. Ele é temido por toda a Grécia. Todos o temem. Muitos especulam. Contudo, nem sempre é o que parece: Apollo realmente é um h...