Encarava o homem à minha frente com tamanha raiva e fúria nos olhos. As lágrimas que segurava queimavam de uma maneira dolorosa. Meu corpo, que antes tremia de medo na sua presença, agora estava tremendo de raiva.
— Vamos, Apollo, não seja frouxo — ele brada, indiferente. — Aperta o gatilho, caralho!
Aperto minha mão em volta da arma, querendo apontá-la para ele, meu pai.
— Não vou fazer isso. — digo firme, olhando o homem à minha frente, todo ferido, que Apollo, meu pai, declarou como traidor por ajudar na minha fuga. Lembro-me de seu rosto; esse é o motorista que me levou até o porto.
— Você não tem que querer. Vou te ensinar a não ser um merdinha. — ele grita. — Um frouxo! — Sinto seu hálito de uísque se chocar contra meu rosto. Apollo segundo, segura meu rosto com tamanha força, me fazendo olhá-lo, e me amaldiçoava por parecer tanto fisicamente com este homem.
— Atira ou matarei Filomena bem na sua frente.Havia passado somente dois meses da morte de mamãe e Ana, dois meses de puro sofrimento. Apollo estava me punindo; ele fez questão de me tirar do porão somente para eu ter o privilégio de matar uma pessoa.
Palavras dele.
Filomena é a única que se preocupa comigo e cuida de mim, e esse monstro também queria me tirar isso. Meu pai sabia como me pressionar; ele usava a vida de Filo ou a vida de pessoas inocentes.
— Eu não quero fazer isso, não quero ser como você. — olho nos olhos do homem que havia erguido a cabeça para me encarar.
— Você é uma das minhas maiores decepções, porque a primeira, sem dúvidas, é a puta da sua mãe, e a terceira, a imprestável da sua irmã. — sinto meu sangue ferver. Minha mandíbula tensa ao ouvir suas palavras, vendo a imagem do meu pai matando minha irmã em meus braços e sentindo uma coisa que nunca havia sentido na vida; contudo, isso tinha se tornado frequente.
Raiva, ódio, rancor, fúria.
Me viro, mirando a arma para o homem que devia me proteger, me amar; contudo, não passava de um ser humano desprezível. Atiro sem piscar e sem receio, o mesmo solta alguns palavrões e, em seguida, uma sonora gargalhada.
— Viu só? O que te falta é incentivo. — ele sorri. Levanto a mão no braço para conter o sangramento. — Tenho que reconhecer, você é corajoso. Agora, use essa mesma coragem e mate este homem.
— Não — meu sussurro saiu baixo.
— Não ouvi, o que disse — Apollo agarrou meu pescoço, me fazendo olhar em seus olhos negros, bem semelhantes aos meus.
— Não vou fazer isso. — ao concluir minhas palavras, sinto o baque do soco em meu rosto, que me fez cair no chão. Não tive tempo de reação, pois Apollo caminhou até mim, me levantando. O mesmo me coloca em pé sobre o homem amarrado.
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Feita para o mafioso
RomanceAPOLLO AGGELIDIS: um homem com um passado doloroso, é conhecido por ser um monstro cruel que assassinou sua própria família. Ele é temido por toda a Grécia. Todos o temem. Muitos especulam. Contudo, nem sempre é o que parece: Apollo realmente é um h...