Apollo me olha com curiosidade; sua afeição tranquila me deixa ainda mais nervosa, porque assim que eu disser "estou grávida", essa mesma tranquilidade vai desaparecer. Porém, ele tinha o direito de saber, e uma gravidez não é algo fácil de se esconder.
— O que quer me dizer? — ele pergunta, e eu desfaço o olhar. Meu marido afunda o rosto em meu pescoço, distribuindo beijos ali. Seu aperto me desestabiliza; era forte e preciso. — Sinto sua falta — ele diz, e eu suspiro, agradecendo a Deus que meus pais não nos veem. — Falta do seu corpo. Ando muito ocupado e esqueço de lhe dar atenção — me arrepio, segurando as lágrimas quando as mãos do meu marido posam em minha barriga, tocando nosso filho sem saber.
— Também sinto sua falta — digo, sentindo falta do meu marido, já que ele não fica muito em casa. Depois da descoberta de que Sebastian é seu irmão, me perguntava onde ele ia; contudo, com certeza era algo em relação ao trabalho.
Desvio a atenção para meu pai, que começou a espirrar sem parar. Seguro o riso, sabendo que provavelmente Rana estaria por perto.
— Meu Deus... até parece que tem um cachorro aqui — papai fala entre espirros. Procuro Rana, que está no chão, e a pego em meus braços.
— Pai, essa é Rana, sua neta — brinco, fazendo carinho em seus pelos macios. Papai mantém distância, me olhando incrédulo; porém, seu contato se desvia pelos espirros.
— Minha o quê? — sorrio do jeito engraçado que papai perguntou. — Mantenha essa peluda longe de mim!
Minha mãe se aproxima, pegando Rana e brinca com ela, que tenta morder seu dedo.
— Amor, solta essa coisa! Depois vou sofrer com minha alergia — dona Lúcia não dá ouvidos ao que papai diz, e Rana se aconchega em seus braços.
— Podemos conversar, minha linda? — Confirmo, e minha mãe me segue até meu quarto com Rana nos braços. Deixamos papai e Apollo na sala, que com certeza iriam iniciar um assunto de trabalho. — Agora me diga, você...
Mamãe, com cuidado, coloca Rana no chão, que corre disparada pelo quarto, tropeçando entre as patinhas e levando um tombo engraçado.
— Sim... estou grávida — confirmo, com os lábios trêmulos ao dizer isso em voz alta para alguém. Minha mãe imediatamente vem ao meu encontro, envolvendo meu corpo em um abraço. Não consigo conter as lágrimas que se formam e choro feito uma garotinha. — Estou com medo, mamãe — minha voz saiu embargada entre soluços e choro.
— Por que, minha linda? Um filho é uma coisa maravilhosa — ela separa nosso abraço, limpando meu rosto. Dona Lúcia sorri carinhosamente, em um claro sinal de que sempre poderei contar com ela.
— Apollo não quer ser pai. — revelo,depois de um tempo. E volto a chorar silenciosamente. Mamãe arregala levemente os olhos, me encarando com pesar.
— Estou aqui, meu amor — sinto um selar sobre minha testa. Mamãe me puxa para a cama, pedindo que eu me acalme, ou isso podia me fazer mal e ao bebê. — Presumo que você não tenha falado para ele.
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Feita para o mafioso
RomanceAPOLLO AGGELIDIS: um homem com um passado doloroso, é conhecido por ser um monstro cruel que assassinou sua própria família. Ele é temido por toda a Grécia. Todos o temem. Muitos especulam. Contudo, nem sempre é o que parece: Apollo realmente é um h...