_Micaela_
Entro na quadra da cidade, quicando a bola no chão enquanto olho envolta, observando alguns meninos brincando ou jogando em uma parte da quadra.
Toda quinta de noite, eu e Henrique vinha aqui para jogar, ou treinar alguns arremessos até meia noite. Eu sempre vinha para esclarecer a mente e ter um momento de irmãos aqui, mesmo ele estando de bico pro meu lado.
Essa quadra é uma parte esquecida da cidade, chão sem marcações, cestas sem rede, cestas quase caindo e a a cerca com buracos.
Henrique foi criado em uma casa que era uma rua longe dessa quadra, ele tem sentimentos aqui e sempre vem aqui também. Ele me apresentou o lugar um mês depois do casamento da mãe dele e do meu pai.
Me lembro desse dia como se fosse ontem, eu fiquei super feliz e logo comecei a correr para perto da cesta, no garrafão, para fazer uma cesta de 2 ou 3.
Ficamos aqui até uma da manhã, se não fosse a mãe dele, íamos chegar em casa só às 7 da manhã. O tempo aqui passa tão rápido quando estamos aqui.
Mesmo eu sendo criada perto de coisas caras, sempre tive humildade, meu pai me criou sendo humilde, mesmo ele sendo rígido assim, ele me dava conselhos bons.
Dinheiro não compra sentimentos, paz, e nem amor. É isso é fato, ele pode te comprar as coisas que te fazem feliz, mas sempre vai haver o vazio em você.
Esse é um dos conselhos que meu pai me falava, ele é mais vivido do que eu, então ele sabe o que está falando.
Respiro fundo olhando para a bola de basquete na minha mão. Eu realmente estava sentindo falta do Henrique, mas ele quer ficar de bico pro meu lado, então não vou falar nada.
Jogo a bola na cesta, acertando certo uma cesta de 3 pontos perfeitamente, busco a bola e fico treinando arremessos, dribles e quicadas de bola no chão.
Vocês acham que é só bater a bola no chão? Estão errados, você tem que ter controle na bola, ou ela controla seus movimentos e sai da sua mão facilmente.
Treinar os músculos dos seus braços, costela, quadril, coxas e pernas é essencial para você não ter, por exemplo, uma dor na hora de driblar ou até mesmo quicar a bola no chão.
(...)
Sento na arquibancada da quadra, coloco a bola entre meus pés, prendendo ela ali, e seco o suor do meu rosto na minha camiseta. Eu já estava jogando há 3 horas na quadra, parando algumas vezes para respirar. A quadra já estava vazia há um bom tempo.
Sophia me mandou mensagem falando que o Henrique veio aqui para esclarecer as ideias, me viu e foi embora depois de uma hora observando meu treino.
E mais uma vez, ele preferiu continuar com a birra, estou começando a ficar cansada disso e não vai ser bom para Henrique me pegar no dia do meu limite.
Nego e respiro fundo.
Ter irmão ciumento não é fácil, mas vai lá eu fazer a mesma coisa.
Pego a bola e me levanto, começo a andar para o meu carro. É melhor eu ir pra casa da minha mulher e ficar grudada nela, do que perder a paciência com marmanjo velho que não sabe o limite da infantilidade.
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𝐃𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫𝐚
General FictionAqui vou contar para vocês a história um pouco excitante de duas mulheres, tendo dois lados da história para observar, duas vidas, dois lados opostos. De um lado, temos nossa rigorosa, estressada, fechada, sedutora Ângela Miller, sendo uma professor...