Herdeira proibida - Livro 1

Capítulo 28 - Escapando

Alguém bateu a porta mas ninguém sabia que eu estava lá.

- Você chamou alguém? - perguntei sussurrando.
- Não! Nem Sarah sabe que eu ainda venho aqui.
- Oi! Minha querida! Sou eu! Eu posso lhe ajudar - a voz era da senhora que me ajudou e ainda ajuda.

Abri a porta e ela me deu a chave de um carro, jurei que era o seu fusquinha bege, mas a chave estavam muito moderna para ser de um fusca.

- Como a senhora sabia que eu estava aqui? - lhe abracei e recebi a chaves e fui rapidamente trocar de roupa.
- Senti seu cheiro e se eu senti outros também podem sentir, use as naftalinas e saia daqui, na lavanderia lá embaixo tem uma porta, essa porta sai pela rua de trás, no outro lado da rua tem um carro. Seus pais deixaram ele para você, é moderno, rápido e blindado - ela explicou tudo e me apressou.
- EI ESPERA! Eu não vou deixar você ir sozinha! - Thomás falou se impondo.
- Querido é perigoso! - a Senhora o alertou.
- Por isso mesmo tenho que ir com ela - ele pegou a bolsa dele e colocou roupas que ele tinha em minhas gavetas e saquinhos de naftalinas. - EU VOU COM VOCÊ!
***

Não tinha tempo e nem disposição para discutir, segurei a mão de Thomás agradeci novamente a senhora e corremos em direção da lavanderia, coloquei naftalinas nos meus bolsos da jaqueta e do meu jeans, Thomás fez o mesmo e agradeci por isso, ele não me perguntou nada até então.

Ao chegar na lavanderia a porta que a senhora me falou ficava nos fundos, perto das secadoras a trança era por dentro e por fora só abria com chave.

Tinham vários carros estacionados na garagem do outro lado da rua, acionei a trava do carro com a chave e um Porsche Cayenne piscou em nossa direção. Meu pai era um admirador de carros, não os comprava por não ter necessidade na matilha, porém seu carro era forte e robusto como ele era, uma RAM preta era sua condução favorita.
Entramos no carro, eu sabia dirigir mas dei as chaves para Thomás, precisava me organizar e não daria para fazer isso enquanto dirigia.

- Você não vai perguntar nada? - perguntei a Thomás
- Não sei exatamente o que eu tenho que perguntar, acho que agora temos um pouco mais de tempo e você poderia me explicar o que tá acontecendo.
- Claro, eu só preciso que você entenda que tudo isso é perigoso demais pra você.

Contei o que pude lembrar, sobre minha vida, meus pais, minha fuga e até o motivo dela, contei cobre Max e sobre Abraão, vi a cara de Thomás ficar carrancuda, expliquei novamente o que eu era e as coisas que eu poderia fazer, contei sobre o lobo cinza que estava atrás de mim e a importância de ele se afastar de mim.

- Foi por isso que você enviou a carta e o e-mail? - Thomás perguntou usando um tom de normalidade.
- De tudo que eu falei, você só tem isso pra falar?
- Acho que foi muita informação para o meu cérebro - Thomás franziu o cenho e firmou suas mãos no volante.
- Você sabe pra onde está indo?
- Só estou saindo da cidade, indo pro Leste.
- Eu não posso levar você junto comigo - alertei Thomás.
- Então porque deixou eu vir? Você é muito mais forte que eu, poderia ter evitado.
- Eu não poderia te deixar pra trás sem explicações de novo - eu realmente estava triste com essa situação, Thomás foi meu primeiro homem e eu realmente o amava, mas ele era somente um humano, era frágil e eu não sei se poderia protegê-lo.