Acordei uma luz no meu rosto. Minha cabeça doía e eu estava num lugar bem desconfortável. Olhei em volta a procura de algo familiar. Havia caixotes e entulhos. Demorei um tempo para percebe que aquele não era o meu quarto. Levantei da onde estava e quase cai com a dor na cabeça. Coloquei a mão aonde doía e vi sangue. Perto de mim, havia uma mochila. Sem esperar por mais, a abri para ver o que tinha. Um papel, um celular e uma arma. Olhei primeiramente o papel e vi que era uma receita médica, mais especificadamente minha receita que usava para comprar a seringa. Peguei o celular na mão e vi que não tinha sinal. Era parecido com o meu, mas ao meso tempo era diferente. Por último, peguei a arma, analisando-a. Era um revólver calibre 38. Continha três balas. Certo! Uma adolescente comum não deveria saber como se usa uma arma, mas eu nunca fui comum. Antes de o meu pai mudar de personalidade e queimar a casa, ele queria que eu soubesse um pouco de cada. Queria que ninguém no mundo tirasse vantagem da sua filha, então nas férias de verão fomos à fazenda do vovô e ele me ensinou como usar algumas armas e a atirar. Travei a arma e a joguei dentro da mochila de novo.
Ao sair da onde acordei, olhei para trás e me deparei com um galpão velho. Respirei fundo e olhei em volta. Tinha prédios e casas, mas eram totalmente diferentes do meu bairro, ou cidade. Caminhei até uma farmácia e comprei minha medicação antes que passasse do horário e eu morresse ali mesmo.Deparei com uma praça e decidi ir até lá.Sentei em um banco e olhei para o remédio.
-A onde eu vim parar? - perguntei a mim mesma.
-Fácil. Você está em Stadt. Está tudo bem?- perguntou um garoto se aproximando.Ele era de estatura média, talvez uns dez centímetros mais alto que eu. Tinha cabelos claros e olhos verdes. Vestia-se como se fosse uma caminhada matinal. Blusa de mangas grandes que tampava até suas mãos, calças jeans e tênis.
-Eu estou meio perdida. Espera aí. Que cidade falou que estou?- perguntei.
-Stadt.Comecei a rir.
-Você só pode estar de brincadeira. Essa cidade tem o mesmo nome da de li... Deixe para lá. Não é importante. - falei.
-Ok. Disse que está perdida? E vejo que está machucada. Precisa de ajuda? -perguntou ele.
-É. Como você disse, eu estou em... Stadt, mas não tenho noção de como vim parar aqui.Lembro de dormir no meu quarto e acordar aqui. - afirmei.
-Foi seqüestrada e deixada aqui? - questionou-me ele.
-Acho que é isso mesmo. Eu não sei.
- Você precisa fazer um curativo rápido. Qual é seu nome?
-Alexa e o seu?E já agradeço pela ajuda.
-Mason Lerner.Engoli aquilo. Ia dizer que era impossível quando o celular começou a tocar.
-Se importa se eu atender? Não some não, ok? - falei, me levantando.
-Ok. Vou me sentar aqui. - disse ele sentando no mesmo banco que eu estava.Andei um pouco para que ele não me escutasse e atendi.
-Alô?- falei.
-Vejo que já o encontrou. - disse o desconhecido.
-Você!- e dessa vez, falei com raiva.
-Sim. Toda vez que eu te ligar vai ser isso?
-Desgraçado. Aonde é que estou?
-Stadt. Achei que já soubesse.
-Ah, nem me vem dizer que estou...
-Na história?
- É.
-Mas está, Alexa. Eu precisava ajuda. Ainda preciso.
-Precisava me mandar para dentro do livro?
-Sim. Seria melhor assim, para entender tudo.
-Seu...Quando tiver, vai ver... eu vou... mas que ódio.
-Sempre achei fofo quando não conseguia pronunciar as frases quando está com raiva.
-Para! Você não me conhece e vai me tirar daqui.
- Está errada, mas eu vou te tirar logo. Só me ajude. Eu te imploro.Respirei fundo para não mandá-lo pro inferno.
-O que tenho que fazer?- perguntei.
-Preciso que mude a história. Que ajude Mason a seguir seu caminho.
-E como vou fazer isso? Não sou Jesus não.
-Conhece a história. Se não intervir, vai acontecer exatamente igual.
-Quanto... quanto tempo tenho que ficar?
-Até o final.
-O que? Mas seu filho de uma...
-Calma. Eu prometo que vai acabar tudo bem. No final, você vai me entender. Tem que entender. Por favor, não fique brava.
-Tarde demais.Desta vez, fui eu que desliguei. Caminhei até o Mason.
-Pelo visto, vou ter que ficar um tempo. -afirmei. - Sabe um algum hotel barato aqui perto?
-Você nunca esteve aqui, não é? - perguntou ele.
-Nunca.
-Não é seguro que fique andando sozinha por ai.
-Não tenho muitas escolhas. Você foi a única pessoa que falei desde que cheguei.
-Então vem comigo. Pode ficar na minha casa até ir.
-O que? Mas... porque?
-Porque vejo que precisa de ajuda.
-Está disposto a por uma estranha na sua casa? E se eu for uma psicopata assassina de famílias desconhecidas.
-É psicopata?
-Não.
-Então vem.
-Olha, eu agradeço, mas não posso aceitar. Nem tenho como recompensar.
-Já ajuda tendo alguém para conversar. Estou tanto fazendo um favor a mim quanto a você, Alexa.Eu me vi num beco sem saída. De qualquer jeito eu teria que ficar na cola dele, então falei:
-Ok. Espero que isso não arrume problemas para você. - afirmei.
-Não vai. Mora só eu e minha irmã mais nova. Nossos pais sumirão e todo mês mandam dinheiro. Visitas que são boas, nada. -disse ele.
-Ah, eu sinto muito. - afirmei.
-Sem problemas. Vamos?
-Vamos.Comecei a segui-lo. Eu não gostava muito daquela situação, mas talvez fosse minha única chance de voltar para casa.
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The Cursed Book {Em Revisão}
Romance☀Livro I da Série Cursed☀: Alexa tinha uma vida quase normal. Após a morte de sua mãe, ela tem de morar com sua tia e seu primo Ryan. Um bairro novo. Uma aventura nova. O que ela não sabia era como sua vida ia mudar após encontrar a mansão abandona...