XV

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-Alex, tudo bem? - perguntou alguém. Abri os olhos e vi Mason descendo de um Luxes. Bernardo desceu do banco do motorista.
-Belo carro. - falei a Bernardo.
-Obrigado, Alex. - agradeceu ele.
-Olha como está machucada. Como está se sentindo? - disse Mason, segurando meu rosto entre as mãos.
-Eu to legal. - disse tirando suas mãos. - Conseguiu deixar a Julie em um lugar seguro?
-Sim.Ela está na minha tia, mas não entendo porque não pode ficar comigo. - disse ele triste.
-Vamos por o pé na estrada, Mason. Já chega de adiar. - falei.
- O que? Já? Para onde? - perguntou ele.
-Já. Antes de ver o Vilão da história seria bom você ter mais conhecimentos sobre seus poderes, coisa que não posso ensinar. - afirmei.
-Oh, Mason, lembra daquele cara estranho que falou com a gente naquele dia? - perguntou Bernardo.

Mason o olhou bravo, aquele olhar de eu-vou-te-matar-por-abrir-a-boca.
-Que cara? - perguntei.
-Ninguém importante. - disse ele, sério.
-Então fale. Se não é importante, não há problema algum em falar. - exclamei.
-Se não é importante, não preciso comentar. - respondeu ele.

Nessa hora, fiquei com uma raiva enorme.
-Olha aqui, eu não cai de uma escada e agüentei uma cantada horrorosa para você ficar de segredinho. -afirmei, batendo a ponta do dedo no seu peito.
-Caiu da escada? - perguntou Bernardo, assustado.
-Cantada?Que cantada? De quem? - questionou Mason.
- Fale do cara que falo da escada. - falei cruzando os braços.
-Um cara veio falar comigo, dizendo que sentia grandes poderes em mim e que ele poderia ajudar, que tinha um tipo de acampamento de pessoas como eu. Ele me deu o cartão dele e foi embora. - explicou Mason.
-Onde está o cartão? Você guardou, não é? Se tiver o endereço, é só ir. - afirmei.

Mason pegou a carteira e tirou um papel de seu interior. Relutante, me entregou o cartão. O peguei e olhei. Atrás tinha um endereço: Interestadual-13, Faraway.
-Vamos ligar para Leah e dizer que estamos de partida.- afirmei, guardando o cartão no bolso.

Os dois concordaram e entramos no carro. Escolhi o banco do lado do motorista, que era o Bernardo.
- Gostei do carro. - afirmei, quebrando o silêncio.
-Eu também. Ganhei-o de aniversário há três meses. - afirmou Bernardo, orgulhoso.
-Parabéns. - afirmei.
-Obrigado, Alex. Agora pode contar a história da escada. - lembrou ele.
- Ah, isso. - afirmei com desdém. Vi Mason se aproximar para escutar, já que estava no banco traseiro. - Bom, depois que o Mason saiu,um deles veio e...

Contei tudo. Os três trancados, na dispensa, banheiro e quarto. Conforme eu ia contando, não pude deixar de rir. Reparei que os meninos seguiam meu exemplo.
- Caramba, quando tiver uma briga lá na escola, eu te chamo para me ajudar. - disse Bernardo, rindo.
-Eu vou. - confirmei, rindo junto.
-Combinado. - falou ele.
-Então, quando um cara te chamar para sair, você o desmaia com um telefone fixo? - perguntou Mason tentando ficar sério.
-Não foi bem assim. Vocês entenderam errado. Eu só passei o meu telefone para ele, que decidiu gravar bem na cabeça... eu só o ajudei. O que uma pessoa boa faria. - falei, com dor na barriga de tanto rir.

As risadas cortavam o ar, transformando o carro em um lugar mais amistoso.Fomos para a casa de Bernardo para que pudesse arrumar suas coisas e explicar a sua mãe o motivo da partida. Inventamos uma história para a Senhora Ruiz, dizendo que íamos para uma viagem da escola, uma excursão e que ia durar uma semana apenas. Ela pareceu animada ao ver que o filho ia sair com os amigos. Enquanto Bernardo arrumava sua mochila, sua mãe decidiu fazer lanches para a nossa viagem. Passamos na casa de Leah e a pegamos. Paramos numa praça para nos organizar.
- O que temos de dinheiro? - perguntei.
-Tenho dois mil nesse cartão e cem na carteira. - falou Bernardo colocando o cartão com as notas no porta-copo do carro.
-Eu tenho mil na carteira e três mil no cartão. - confessou Leah.

Olhei para ela espantada.
- Quem tem mil na carteira? - perguntei.
-Você avisou que íamos viajar, fui ajuntando. São minhas economias. - explicou ela.

Assenti com a cabeça.
- Tenho dois mil e quinhentos no cartão e só. - disse Mason colocando o cartão no porta-copo junto aos outros.

Eu não sabia se tinha algum dinheiro, mas resolvi abrir a mochila. Fiquei muda a ver a grande quantidade de dinheiro e um bilhete:

"Querida Alexa,
Espero que essa quantidade seja suficiente. Se não for, não se preocupe, pois arrumarei um jeito de lhe mandar mais. Não quero que passe necessidades."

Claro que não, mas obrigada, pensei.
- Eu tenho isso. - falei colocando as notas junto ao resto do dinheiro.
- Quanto tem ai, Alex? - perguntou Bernardo.
-Não sei. - confessei.
-Deve ter mais de três mil. - disse Leah.
-Acho que dá para viagem então. - afirmei.
-Como vamos nos organizar? - questionou Mason.
-Primeiro, enchemos o tanque de gasolina. Depois eu e Leah, passamos no Supermercado e compramos comidas e bebidas, enquanto vocês dois compram uma caixa de isopor para as bebidas e frios. Depois passamos em um posto para ir ao banheiro e pegamos a estrada em seguida. - organizei.
-Por mim, tudo bem. - afirmou Bernardo e todos concordaram.

The Cursed Book {Em Revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora