The Cursed Book {Em Revisão}

XXII

Acordei descansada pela amanhã. Pagamos tudo e fomos ao posto para encher o tanque. Falei para o Bear que ia dirigir pela manhã. Pegamos a estrada quando o sol ainda no horizonte. Bernardo ia do meu lado, Mason e Leah atrás. Estavam todos bem despertos menos Mason que estava como uma ressaca terrível. A rodovia estava calma então decidir não correr.

Bernardo começou a rir do nada.
-O que foi? - perguntei, curiosa.
-Só estava lembrando algumas coisas de ontem. Depois que você foi embora, sentei na cama e ri muito. - disse ele, gargalhando.

Juntei-me a ele, rindo. Mason nos olhou para nós dois e fechou a cara.
-Fico feliz em saber que se divertiram ontem. - comentou ele, cruzando os braços.
- Você não faz idéia. - confirmei, rindo. Bernardo riu mais alto ainda.

As risadas diminuíram e Bernardo me olhou gesticulando com a boca: Ele está com ciúmes. Apenas concordei com a cabeça, rindo.
- E o pedido, Alex? Não disse nem sim nem não. - falou ele.
-Oh, Bear! Porque não esquece isso, afinal aquilo nem foi um pedido. - exclamei, sorrindo.
-Foi sim. Só você que não respondeu. Acho que foi um "sim". - comentou ele.
-Não. Não foi mesmo. Na verdade, foi um "não" bem grande. - falei.
-Porque tanta negatividade? Não pode ficar nervosa assim. Vai estragar o cas... - começou ele. Antes que terminasse a frase, joguei uma lata vazia de refrigerante nele.
-Calado, Bernardo. - fale, rindo.

Ele riu alto.
-Fica sem jeito não, Alex. Vai ser lindo. - afirmou Bear.
-Eu vou te matar! - gritei.
-Dá para os dois calarem a boca? - perguntou Mason, irritado.

Bear provocou-me, dizendo: O noivo está bravo!
-Eu vou te ignorar. - falei a Bernardo, voltando à atenção para a estrada. - E Mason: não enche!
-Estou com uma dor de cabeça enorme e vocês não param de falar! É pedir muito um pouco de silêncio? - perguntou Mason, colocando a mão na testa.
-Isso é ressaca. Vai beber de novo, trouxa. - resmunguei para ele.
-Ah, Lexy. Todo mundo bebe nessa vida, por que só eu tenho que ser julgado? - perguntou ele, indignado.

Ele sabia por que não gostava de bebidas alcoólicas. Havia contado somente para ele naquele dia. Porque não entendia o meu temor? Ele deveria entender.
-Nada não. Quer saber, a vida é sua e faça dela o que quiser, Mason. - exclamei, brava.
-Ei, Alex. Calma. - pediu Leah.
-Qual seu problema, Alexa? - perguntou Mason. Era evidente nossa competição para ver quem estava mais bravo. Irritei-me mais ao ouvir meu nome daquele jeito.
- Você quer em ordem alfabética ou cronológica? - questionei irônica.

Decidi parar o carro no acostamento e desci. Sentei no meio fio, apoiando a cabeça nos braços, abraçando minhas pernas.
-Eu não vou conseguir fazer isso. É demais para mim.- afirmei, perdida.

Escutei alguém descendo do carro e respirei fundo, me preparando para quem quer que fosse. Cadê o monstro que você falou que eu era, Ryan? Cadê minha alma congelada e buraco vazio no peito, pela ausência de um coração? Estranhamente, eu não era mais aquele ser que Ryan vivia mencionando. Ele havia ido embora e eu não sabia para onde. Eu precisava desesperadamente dele para conseguir completar aquela missão e voltar enfim para casa.

- Lexy, me desculpa. Eu não deveria ter falado aquilo. Só disse merda. - disse Mason. Senti o arrependimento em sua voz.
- Tudo bem. Não foi nada. Vamos voltar para o carro. É bom não perdemos tempo. - falei friamente, me levantando e seguindo na direção do automóvel.

Mason segurou pelo meu braço e me puxou, fazendo-me chocar contra ele. Antes mesmo de me afastar, ele lançou seus braços ao meu redor.
-Por favor, Lexy. Não fique assim. Não aja como se o que disse não lhe afetou. Eu não sei o que disse ou fiz ontem, mas sei que você deveria estar muito brava comigo, coisa que notei que não está. Se eu estivesse no seu lugar nem olharia na minha cara. Vou entender se quiser fazer isso. -disse ele triste.

Mas não quero, comentei mentalmente.
-Precisamos voltar antes que os outros saiam para ver se ainda não nos matamos. - comentei.
-Não me respondeu ainda. - exclamou ele, me apertando mais. Percebi o quanto que a situação estava estranha. Levantei o rosto para encará-lo e vi o quanto estávamos próximos.

Se a Leah ver, vai dar merda, comentou minha consciência.
E daquelas bem grandes, acrescentei.
- O quê? - perguntei,apressada.
-Me perdoa? - pediu ele.
-Não tem o que eu perdoar. - afirmei, tentando sair daquele abraço.
-Não vou lhe soltar até me perdoar. Posso ficar aqui o dia todo, se precisar. - disse ele, sorrindo.
-Não temos o dia todo para ficar aqui. - contra-ataquei, forçando seus braços a abrirem.
- Então, se eu fosse você, se apressava. -comentou ele. Naquele instante, vi que se divertia com a situação.
-Tá bom. Eu perdôo o que quer que seja. - falei.
- Não me convenceu. - exclamou.
-Não era essa a intenção. - confessei.
- Eu estou bem aqui. - disse ele, alinhando os braços.

Uma buzina soou e um aviso cortou o ar:
-Não dá para se matarem dentro carro? - escutei a voz de Bernardo.
-Eu falei. - exclamei.
-Isso não vai ficar assim. Resolvemos mais tarde. - e me soltou.

Voltei apressada ao carro. Liguei o motor e o coloquei de volta ao curso. Não falei nada, apenas observando a estrada. Pelo retrovisor, vi uma moto preta atrás do carro. Aparentemente, seguíamos na mesma velocidade. Decidir ficar de olho. Talvez que a pilotasse, poderia significar perigo ou encrenca.