Bernardo me olhou e disse:
-O que foi isso? - perguntou ele.
-Isso o que? - questionei, me agachando ao lado de Jake.
-Você. Mason. Leah. - disse ele.
-Ela estava chorando muito e isso me deixa irritada. É melhor que saia e, ela só ia sair se ele fosse junto. Ajude-me a pegar algumas vigas do chão. - afirmei.Ele passou a pegar as madeiras e eu fui a procura de algum pano que pudesse servi de mortalha.Achei um coberto em uma sala ao lado.
Bernardo colocou as madeiras no meio da sala e se virou para mim.
-O que pretende fazer? - perguntou ele.
-Não sei outro ritual funerário a não ser o grego. -respondi, fechando os olhos de Jake.
- Grego? E como sabe esse?
-Fiz um trabalho para escola. Fiquei com essa parte e apresentei. Vem me ajudar a por essas tabuas em forma de uma fogueira do tamanho do garoto.Bernardo se colocou do meu lado e começou a arrumar a madeira, conforme eu indicava.
-Porque mandou o Mason ir com a Leah para fora? - perguntou ele.
-Já respondi essa. - afirmei.
-Só quero saber por que mandou ele e não a mim. - retrucou ele.
-Ela já estava... jogada em cima dele. Prefiro ver o pobre Jake que aquela cena. - argumentei.
-Eu percebi como ficou hoje de manhã. -comentou ele.
- Agora vamos enrolá-lo na coberta. - orientei Bernardo.Estendi a coberta no chão e colocamos Jake nela; depois na fogueira improvisada.
-Sabe que Mason está morrendo de ciúmes de Greg. - contou Bernardo.
-Acho perda de tempo. - respondi. - Tem alguma moeda ai?Ele tirou algumas moedas do bolso e me ofereceu. Peguei apenas duas e coloquei em cima das pálpebras de Jake. Utilizei um dos lados da coberta e cobri o corpo. Peguei meu isqueiro e coloquei fogo na coberta. Estufei o peito, orgulhosa do trabalho.
-Interessante. - resmungou Bernardo, vendo o corpo queimar.
-Não tínhamos as coisas certas, mas não fomos nada mal. - sussurrei.
- É. - disse ele.
-Vou ver como o Greg está. - e sai a procura dele. Bernardo me seguiu.
- Vou com você. - afirmou ele.Saímos e nos deparamos com Mason e Leah num canto, perto de algumas árvores. Ele parecia tentar acalmá-la. Olhei mais adiante e vi Greg sentado. Aproximei-me devagar. Ao estar mais perto vi que possuía um violão.
-Como está? - perguntei ao ver que suas lágrimas pararam de sair.
- O que fez com ele lá dentro? - me perguntou de volta.
- Um ritual funerário. - respondi.Ele suspirou e tocou alguns acordes. Na hora, reconheci o ritmo familiar. Ele repetiu e desta vez o segui, cantarolando. Greg me olhou por um instante e começou a cantar. Conhecíamos aquele dueto. Cantei como fazia na minha infância. Foi incrível ver que sabíamos a letra. No final,ele deixou o violão de lado e esboçou um sorriso tímido.
- Não sabia que gostava de Barton Hollow. - comentou ele.
- Também não sabia que tocava violão. - respondi.
-Só sei tocar essa música. - resmungou ele.
- Aprendi com meu avô. Essa era a sua favorita. Ele fez questão de me ensinar a cantá-la. Peguei gosto pela música. - contei.
-É. The Civil Wars toca bem para caramba. - disse ele, com desdém.Apenas assenti. Ele se levantou, deixando o vilão no banco.
-Eu vou nessa. - afirmou.
-Para onde? - perguntei.
-Tenho alguns amigos para visitar mais a leste. Vocês seguiram ao sul a partir de agora. O Thomas que Jake mencionou mora em Valley Secrets. Não é difícil de achar. Em dois dias de viagem chegam lá, é só pegar a interestadual-13 e depois a interestadual- 5. - explicou ele.
- Está legal para andar sozinho? - perguntei.
-Estou. Provavelmente não nos veremos mais, Alexa. Avisa ao estressadinho do Mason para se controlar. Thomas é meio indecente com mulheres, mas o cara tem grande poder. Desrespeitá-lo seria uma sentença de morte. - exclamou Greg indo em direção a sua moto. Eu o segui para me despedir.
-Ok. Obrigado por tudo, Greg. Se cuida, viu. - afirmei, abraçando-o.
-Você também. Diga aos outros o que lhe contei e que fico feliz em tê-los conhecidos. - disse ele montando na moto.
-Eu direi.- respondi.Greg ligou a moto e acelerou, sumindo na estrada. Olhei para trás e vi uma movimentação de meus amigos no carro, então caminhei até lá. Mason estava encostado no carro e Bernardo sentado no banco do motorista. Leah dormia no banco de trás.
-Ainda bem que ele foi embora. - resmungou Mason.
-Não enche, Mason. O cara só ajudou. - respondi.
- Precisamos conversar. - disse ele segurando forte no meu braço e me puxando na direção de uma das cabanas.
-Está me machucando. Se ficar hematoma, você vai se ver comigo. - o ameacei.Ele não reduziu a velocidade e nem diminuiu a força em que aplicava no meu membro, me arrastando até atrás de uma cabana. Quando ficamos fora de vista, ele me puxou para si, grudando seus lábios nos meus. Eu senti seu desespero, sua vontade e necessidade em fazer aquele momento acontecer. No inicio, não resistir, deixando-o me dominar. Mas quando suas mãos passaram por debaixo da minha blusa e começaram a apertar minhas costas, me despertei e o empurrei, separando-nos.
-Para com isso! - gritei, ofegante.
-Para você de esconder o que sente, Alexa. - disse ele, recuperando o fôlego.
-Eu não... não sei do que está falando. - falei.
- Claro que sabe. Você gosta de mim assim como eu gosto de você. - respondeu ele, se aproximando.Comecei a negar com a cabeça quando ele passou seus braços ao meu redor, me beijando novamente. Desta vez, mordi sua língua assim que entrou na minha boca. Ele soltou um dos braços e colocou a mão na boca, denunciando dor.
-Falei para parar. - alertei.
-Mas eu não vou. Não entendo você. Uma hora parece que está tudo bem entre nós dois, e na outra você surta e parece que não me quer por perto. - disse, devolvendo seu braço na minha cintura.
-Não existe um nós. - retruquei.
-Existe sim. Eu sei disso e você também. Porque luta tanto contra? - perguntou ele, me apertando contra si.
-Não luto contra algo que não existe. - respondi, tentando me afastar.
-Menti muito mal, Alexa. Até para si mesma. - comentou ele. - Eu vou te mostrar que existe um nós e que é muito grande.
-Para! - disse eu.
-Não. Quero que saiba que vou lutar por você e convencê-la do que sente. - disse ele, olhando nos meus olhos.Meu único pensamento foi: Merda! Merda! Merda! Merda! Escutei um barulho perto de onde estávamos e olhei na direção, me deparando com Leah com os olhos cheios de lágrimas. Soltei um palavrão e empurrei Mason. Ela colocou a mão na boca e saiu correndo na direção da floresta.
-Tinha que estragar as coisas, não é? - perguntei brava.
-Eu...eu não sei o que fiz de errado. - exclamou ele assustado.
-Tudo. - respondi e sai correndo atrás de Leah.
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The Cursed Book {Em Revisão}
Romance☀Livro I da Série Cursed☀: Alexa tinha uma vida quase normal. Após a morte de sua mãe, ela tem de morar com sua tia e seu primo Ryan. Um bairro novo. Uma aventura nova. O que ela não sabia era como sua vida ia mudar após encontrar a mansão abandona...