XVI

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Logo, eu e Leah fomos para o Supermercado. Estávamos na metade da compra, quando ela começou a falar:
-Alex, preciso de ajuda? - disse ela, pegando chocolates.
-Gosto do ao leite. Tradicional é sempre bom. - opinei.
-Não é sobre isso. - afirmou ela.
-É sobre o que, então?- perguntei.
-Não sei como falar isso. - confessou de cabeça baixa.
-Joga as palavras para fora. Farei o possível para entender. - falei sorrindo.
-É ...acho que estou gostando do Mason. Antes não o conhecia direito, mas agora... Tudo nele me encanta, o jeito em como fica nervoso, ou bravo com as suas palhaçadas, como cuida de Julie.E como você é a mais próxima dele , poderia me ajudar? - pediu ela.

Nessa hora, cravei as unhas no apoio do carrinho. Fixei o olhar nas coisas ali.

Ferrou, pensei.O problema era que toda noite, há mais ou menos duas semanas atrás eu também descobri que estava apaixonada pelo Mason mas negava todo dia e tentava seguir em frente. Eu tinha uma missão. Não podia me desviar do alvo e não ia investir nesse sentimento, já que ia partir em breve. Mas tinha momentos que eu me pegava distraída, pensando em como seria ou se poderia dar certo. Eu brigava e discutia com a vida, perguntando o porque: porque me colocar perto dele, se não posso ficar, mesmo sendo o que quero? Era maldade. Eu tive que me acostumar com a situação e torci para que Ryan estivesse certo uma vez na vida e eu fosse realmente fria por dentro, por que eu achava que estava descongelando. E agora, com o pedido de Leah, que talvez sentíamos a mesma coisa, eu gelei.O que faço da minha vida agora? Ela provavelmente ia tentar. O meu medo era se conseguisse.
-Alexa? Está me ouvindo? - perguntou ela.
-Claro, me desculpa. Ajuda que você quer, não é? - falei, sem gaguejar e não alterar o tom de voz.
-É. Vai me ajudar? - questionou de novo.
-Eu... eu não posso. Não quero me meter nisso. Vou partir em breve, Leah, e não conseguirei ajudar muito. Também nem sei como. - despejei em palavras, todas as desculpas possíveis.
-Por favor, Alex? - pediu de novo.

Fala que não. Inventa mais coisas. A gente não vai agüentar fazer isso, Alexa. É tortura, gritava minha consciência.
-Ok. Vou tentar. - afirmei com a cabeça baixa.
-Obrigada. - disse ela, me abraçando.

Ela pegou algo na prateleira, sorridente e mostrou para mim.
-Acha que ele gosta disso? - perguntou-me.

Abri a boca para responder um ótimo "Não sei", quando meu celular começou a vibrar.Eu sorri para o celular e virei para Leah.
-E-eu preciso atender. - falei apontando a chamada no celular.
-Claro. Eu termino aqui. - disse ela.

Soltei do carrinho e sai quase correndo para atender.
- Nunca fiquei tão feliz com uma ligação sua, mas isso acabou de mudar. -afirmei ao telefone.
-Nossa! O que será que fiz para merecer tal elogio? - perguntou ele surpreso.
-Me tirou de uma fria. Achei que ia ficar lá parada, ouvindo-a falar... - confessei, saindo do Supermercado e sentando em um banco próximo.
-Quem estava te torturando? - perguntou ele rindo.
-Isso não importa. Se ligou quer dizer que tem algo mais importante a me dizer, não é? - perguntei.
- Sim, Alexa. Como planejou, vão derrotar o Mourioul em seu território, e isso adianta boa parte do livro. - disse ele.
-Isso significa que tenho quando tempo aqui? - questionei.
-Pouco, Alexa. Muito pouco. Logo estará de volta. - disse ele, com certa animação.
- É. - exclamei, nem tão animada assim.
-E não está feliz? Não era o que queria desde começo? - interrogou-me ele.
-Era. Vai por mim, estou sambando de alegria por dentro. - ironizei. Olhei para frente e vi Bernardo estacionando.
-Hahaha, certo. Mas não era isso que queria falar. - afirmou ele.
-O que é, então? - perguntei, olhando os garotos saírem do carro.
- Está chegando uma fase mais difícil. Estou realmente preocupado com você. Quero que tome cuidado, Alexa. Desconfie de tudo que for desconhecido. - avisou ele.
- Então devo desconfiar de você também? - perguntei sarcástica.
- Não, Alexa. Ao contrário do que pensa, eu não lhe sou um desconhecido, você ....- começou ele.
-...eu só não sei disso. Acho que já escutei muito isso. - afirmei.
-Só não entendo por que não acredita. - disse ele,desanimado.
-Se pelo menos, me falasse seu nome. - supus a ele.
-Boa viagem, Alex e se lembre dessa conversa. - e desligou.
-Isso, desliga na minha cara mesmo, seu ...- ameacei o celular.
-Algum problema? - perguntou Mason, parando diante a mim.
-Quer saber... - comecei a falar. Eu ia ser grossa como sempre fazia quando estava brava, mas a culpa não era dele, então afirmei: - Eu não sei.
-Achei que estaria fazendo compras com a Leah. - disse Bernardo, parando do lado do amigo.
-Eu estava, mas tive que atender. - falei erguendo o celular.
-E o que disse? - perguntou Mason novamente.
-Nada demais, só que estamos seguindo o caminho certo. - menti. Porque não falei a verdade? Bom, porque não era à hora certa.

Vimos Leah sair cheia de sacolas e corremos para ajudá-la. Logo distribuímos a comida pelo carro, assim ficaria fácil o acesso. As bebidas iam numa pequena caixa de isopor com gelo, nos meus pés. Paramos em um posto de gasolina e enquanto, Bernardo ia enchendo o tanque, fomos ao banheiro e eu passei numa lojinha perto do posto para comprar alguns CDs de músicas. Logo estávamos pegando a interestadual- 8. Eu ia do lado do motorista, Bernardo. Leah ia atrás do banco de Bernardo e Mason atrás do meu banco,ao lado de Leah.

Ele colocou a cabeça entre o meu banco e a janela.Virei para encará-lo.
-Não entendo por que não posso ir na frente.- reclamou ele.
-Por que sou a co-piloto do Bernardo. Caso ele se canse de dirigir, posso pegar a direção.- justifiquei.
-Também sei dirigir. - contra-atacou ele.
-Mas eu tenho medo do seu gosto musical , por tanto fico aqui como DJ enquanto Bernardo dirigi. - falei mostrando meus CDs novos.
-Ganho essa. - disse ele, voltando ao seu lugar.

Sorri com a vitória e me arrumei no acento, colocando o cinto de segurança. Bernardo ligou o motor e partirmos.

The Cursed Book {Em Revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora