Eu resmungava tantas coisas numa tentativa de desabafar e botar tudo para fora. Percebi que estava perdida quando me deparei com um rio. Olhei em volta, tentando reconhecer o caminho de volta.
Mas quer realmente voltar?, perguntou minha consciência.
Agora não, respondi.
Então faça o que sempre fez. Explore o desconhecido, aconselhou-me ela.
Certo, disse eu.Atravessei o rio sem me molhar. Peguei uma pedra no chão e fiz um X nas árvores, marcando meu caminho de volta. Olhei para direita e esquerda, decidindo minha trajetória. Conclui que seria melhor continuar em frente. O sol estava a minha direita, mostrando que eu segui o norte. Acho que passei pelo menos quinze minutos andando até avistar uma casa.
-Outra casa? - perguntei me aproximando. -Tão afastada de qualquer coisa. Estranho!Era pequena e bem antiga, como essas que vemos em filmes de faroeste. A vegetação cobria seu telhado, assim como o musgo fresco cobria as laterais. Parecia que não recebia uma visita humana a milênios. Com esse pensamento, acabei lembrando de uma frase que sempre dizia ao entrar em casas abandonadas:
-Se há muito tempo ninguém vai lá, já é um bom motivo para que eu vá.- murmurei.A porta estava quebrada na parte inferior. Agachei e tentei passar, mas ao fazer o ato, não sei como meu braço passou tão rente as lascas da porta, arranhando-me. Ai!
Ao dar o primeiro passo dentro da casa, a madeira quebrou e meu pé se prendeu no buraco.
-Ah! qual é? Hoje não é meu dia de sorte.- resmunguei, soando magoada.Tirei o pé do buraco e passei a observar seu interior. Minhas suspeitas foram confirmadas ao ver livros por toda parte. Havia algo de útil ali.
Caminhei até uma montanha de livros, quando um quadro caiu em cima de mim. Por mais que não parecesse, a pintura possuía um peso questionavelmente grande. Empurrei-o para o lado e olhei de novo para os livros. Mais um passo e o chão debaixo dos meus pés, sumiu. Senti uma forte dor, conseqüência da queda. Espiei o teto, que antes era meu chão. Passei as pontas dos dedos da madeira rachada e vi que estava bem firme.
-Nessas condições, seria impossível quebrar só com meu peso.- avaliei indignada.Já que estava ali em baixo, resolvi começar minha excursão pelo aquele cômodo, ou seja, o porão. Vi um baú no fundo e caminhei até ele.
No meio do caminho, uma cadeira que estava a alguns metros de distância, veio voando na minha direção. Joguei-me no chão a tempo de me salvar. Observei em volta, tentando achar uma explicação lógica para aquilo. Foi então que reparei que a casa tinha linhas douradas entalhadas em seus móveis e estrutura.
-Fala sério! A casa está enfeitiçada. - afirmei espantada.Desta vez, com medo de que algo fosse lançado em mim novamente, decidi correr até o baú e me agachar perto. Por sorte, não havia cadeado ou qualquer coisa que me impedisse de abrí-lo. Levantei sua tampa e estudei o conteúdo do seu interior. Surpreendi-me ao me deparar com um conjunto de adagas novo. A prata com ouro brilhava no meio de tanta poeira. Eram pelo menos, cinco armas arrumadas perfeitamente em um veludo vermelho. Enrolei as adagas de volta no pano e as tomei no braço, decidida a levar comigo. Serão muito úteis.
Olhei em volta a procura de uma saída. Avistei uma escada. Como a casa estava com algo feitiço de proteção, eu sabia que não ia me deixar sair viva de seu interior. Decidi que se quisesse explorar aquela casa, teria que ter velocidade e desviar das ameaças. Subia a escada correndo, mas quando cheguei no topo, a porta se fechou violentamente contra mim, fazendo-me descer a escada a força.
Cai na base da escada com uma dor horrível na cabeça. Minhas costas estavam chocadas contra uma parede e eu sentia uma ardência no meu braço. Olhei em direção da dor e vi que uma barra de ferro estava enterrada em minha musculatura. Engoli seco a dor e puxei o corpo pra frente, libertando-me do metal. Lágrimas brotaram nos meus olhos, denunciando minha dor. Coloquei uma de minhas mãos na ferida na tentativa de parar o sangramento. Obviamente não deu certo, então resolvi rasgar uma parte da minha camisa e fiz um curativo provisório. O pedaço que tirei saiu meio exagerado e acabou deixando minha barriga à mostra, coisa que não me agradou muito.
Levantei com dificuldades e peguei as adagas caídas na escada. Subi correndo a escada e usei meu corpo para abrir a porta. Desta vez, a casa não fez nada. Corri até a sala cheia de livros e peguei o primeiro livro que minhas mãos alcançaram. Li seu título: Elementaries e a dominação da mente. Aquele livro se referia ao Mason. Peguei outro e li: A marca da Proteção e seus poderes. Esse eu já não sabia do que se falava, mas decidi levá-lo comigo. Vi outro livro de capa preta e estava escrito: Elementaries- A origem e evolução. Eram livros que se relacionavam a espécie de Mason e poderiam ajudar. Ajuntei aqueles três livros em um canto e fui a procura de alguma mochila para guardá-los junto com as adagas.
Fui no único quarto que tinha e comecei a jogar as coisas no ar, procurando. Achei uma mala e corri de volta a sala. Peguei os três livros e as adagas, jogando dentro dela. Reparei que ainda sobrava espaço e coloquei mais alguns livros, dois ou três.
Escutei um estalo na janela mais próxima e levantei para ver o que poderia ser. Ao estar alguns passos de distância da janela, ela explodiu, fazendo os vestígios de vidro se jogarem contra mim. Senti os cacos se chocarem contra minha pele e alguns entrarem na minha boca, que por algum motivo desconhecido estava aberta. Com a força da explosão, fui jogada no chão perto da minha mala. Cuspi os cascos da minha boca e olhei pra cima a tempo de notar que a luminária do teto ameaçava a cair em cima de mim. Rolei para o lado e escutei o barulho dela caindo ao meu lado. Levantei rápido e dolorida do chão, determinada a sair o mais rápido possível. Peguei a mala, colocando-a debaixo do braço e passei pelo buraco na porta. Nesse momento, algo se chocou contra a minha perna e sentir uma dor forte perto do pé. Puxei minha perna e sai mancando em direção a floresta.
Olhei para o céu e vi que o sol já havia partido.
- Impossível! Não posso ter ficado o dia todo dentro dessa casa. Foi só alguns minutos assassinos. - respondi a mim mesma. Ao completar a afirmação, senti uma tontura e pontos pretos apareciam em minha visão.Decidi que seria melhor encontrar meus amigos e rápido. Achar o caminho de volta não foi difícil, mas acabei demorando por causa dos ferimentos e cansaço que me dominava vorazmente.
Logo encontrei o acampamento e caminhei até o carro de Bear. Mason veio ao meu encontro, desesperado.
- Pelo amor de Deus, o que aconteceu com você?-perguntou ele.
-Pegue...pegue a mala. - consegui dizer.Ele pegou a mala e passou pra Bernardo que vinha ver o que tinha acontecido.
-O que...? - Bernardo começou a falar.
-Eu...estou legal. -afirmei, mas meu corpo contraditório começou a perder a força. Os pontos escuros dos meus olhos foram aumentando e tamparam por completo minha visão. Deixei-me ser aparada por Mason enquanto desmaiava.
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The Cursed Book {Em Revisão}
Romance☀Livro I da Série Cursed☀: Alexa tinha uma vida quase normal. Após a morte de sua mãe, ela tem de morar com sua tia e seu primo Ryan. Um bairro novo. Uma aventura nova. O que ela não sabia era como sua vida ia mudar após encontrar a mansão abandona...